de Jaime C. Patias
Dialogar, partilhar e refletir sobre a missão vivida com os povos indígenas da Amazônia e com alguns povos da África (Quênia e Guiné Bissau) e Ásia (Mongólia). Este é o objetivo do Congresso promovido pelos missionários (IMC) e missionárias (MC) da Consolata, nos dias 14 a 18 de outubro, em Roma. O evento está em sintonia com o Sínodo para a Amazônia e do Mês Missionário Extraordinário (outubro).
“É bonito e indispensável encontrar-se como Família da Consolata, para ouvir, refletir e falar sobre a razão de ser dos nossos Institutos que é a missão ad gentes” (entre os povos), destacou Irmã Simona Brambilla, Superiora Geral MC, na abertura dos trabalhos. “O Pai Fundador, padre José Allamano, dizia com muita clareza que, a primeira finalidade do nosso Instituto é a santificação dos seus membros. Também tem, um objetivo especial e secundário, que é sua característica e razão de ser: a evangelização dos infiéis” (linguagem da época).
E nos rostos dos mais de 50 missionários e missionárias presentes no Auditório Allamano em Roma, vemos estampado “os rostos do ad gentes”. Estes se unem aos rostos dos indígenas, ribeirinhos, pescadores, quilombolas, entre outros povos tradicionais da floresta, dos rios, das cidades e do interior, no imenso território Pan-Amazônico e que estão em Roma estes dias para participar das atividades simultâneas ao Sínodo, realizadas na Tenda Casa Comum.
Aos poucos, a Casa Geral IMC, muito próxima ao Vaticano, também se tornou parte da Tenta Amazônia: Casa Comum, um espaço que em diversos lugares, abriga mais de 250 atividades durante o Sínodo. Os missionários e missionárias da Consolata sempre procuraram “caminhar juntos” com a Igreja local e por isso, este Congresso, além de fazer memória do passado, busca inspiração para o futuro à luz do Sínodo.
Nesse sentido, em sua intervenção, padre James Lengarin, Vice Superior Geral IMC, recordou que a iniciativa “nasceu do desejo de partilhar o caminho de convivência com os povos, mas também, de encontrar inspiração para o futuro da missão”. Hoje, “nos questionamos sobre a metodologia utilizada ao longo dos anos. Nenhum de nós sabe tudo, mas devemos falar com coragem o que ouvimos e escutar com humildade as experiências dos outros. A única conversão da qual falam os Evangelhos é precisamente a mudança de mentalidade sobre Deus e sobre nós mesmos”, e consequentemente, sobre a missão que realizamos.
Conversão missionária e ecológica é exatamente o que Papa Francisco pretende com a escolha do tema do Sínodo: "Amazônia, novos caminhos para a Igreja e para uma ecologia integral". O Congresso, as atividades da Tenda e o contato com os padres sinodais, permite viver esse momento de graça onde a diversidade é um princípio teológico que permeia toda a criação: quanto mais diversificada, mais divina. Criação de Deus, os povos e culturas são uma expressão da unidade na diversidade e complementaridade. Com sua riqueza cultural e espiritual, a Amazônia é um lugar teológico que nos recorda de que “Tudo está interligado nesta Casa Comum”.
Ao longo da semana, o programa do Congresso prevê 18 intervenções e trabalhos de grupo para intensificar o diálogo e a reflexão sobre como aconteceu o encontro com os diversos povos e como estes nos tornam mais fiéis à missão ad gentes. Além disso, auxiliado por antropólogos e missiólogos, o grupo será convidado a avaliar como o tema do Sínodo e o trabalho com os povos indígenas questionam sobre o futuro da nossa missão.