Dia da Amazônia, 5 de setembro!

Por mais terrível que sejam as noites escuras e as tempestades, sempre existe a esperança de um novo dia com um sol brilhando, a vida recomeçando e a certeza de que podemos triunfar e vencer todos os desafios.

Por Juacy da Silva

Sei que diante da realidade brasileira, com milhões de pessoas desempregadas, vivendo na miséria, passando fome, apesar de que para Bolsonaro dizer que existe fome no Brasil é uma mentira, excluídas social, política, cultural e economicamente, desejar felicidade soa como algo um tanto complicado e difícil, para não dizer quase impossível para milhões de brasileiros e brasileiras.

Todavia, como se diz, por mais terrível que sejam as noites escuras e as tempestades, sempre existe a esperança de um novo dia com um sol brilhando, a vida recomeçando e a certeza de que podemos triunfar e vencer todos os desafios.

amazonia_repamEstamos vivendo dias difíceis em relação à destruição provocada por desmatamentos ilegais ou mesmo legais e que acabam em queimadas que de há muito, pela omissão e certa conivência de nossos governantes que nada fizeram antes que a situação fugisse do controle e colocasse a Amazônia no centro dos debates climáticos mundiais.

Depois de amanhã, quinta feira, 5 de setembro, será o Dia da Amazônia, se bem que todos os dias do ano deveriam ser dias da Amazônia e por que também não dizer Dia do Cerrado, dois ecossistemas, dois biomas que ocupam praticamente quase dois terços do território nacional e que estão sendo destruídos impiedosamente pela ânsia de lucro imediato, em total desrespeito à sustentabilidade, à proteção da rica biodiversidade dessas duas regiões, onde grileiros de terras públicas e privadas, madeireiros clandestinos, garimpeiros e mineradoras também clandestinos e clandestinas, latifundiários e falsos empresários estão “detonando” um patrimônio que não é apenas da atual geração, mas também das gerações futuras.

Ao longo dos últimos anos tenho escrito algumas reflexões sobre a Amazônia, incluindo uma monografia escrita em 1990, em parceria com Walter Campos, então Coronel do Exército, apresentado ao Inter-American Defense College, em Washington, DC intitulada “Amazônia. meio ambiente e segurança continental" e dois recentes artigos, um do último sábado, que já circulando em alguns veículos de comunicação intitulado “Amazônia, sustentabilidade e soberania” e outro, ontem, com o titulo “SOS: Amazônia em debate”, cada artigo tem três páginas.

Se alguém desejar receber cópia desses dois artigos, basta informar o e-mail e eu enviarei com o máximo prazer. Nós não podemos deixar que as discussões sobre o presente e o futuro da Amazônia e as ações decorrentes sejam feitas apenas por políticos ou por grupos empresariais, afinal, existe uma aliança entre esses dois grupos de pessoas e nem sempre o que os mesmos pensam e agem representam os reais objetivos nacionais ou aspirações do povo. Afinal, esses dois grupos, políticos e empresários, tem sido os protagonistas do mar de lama, da corrupção, da gestão temerária, de milhares de obras públicas paralisadas e o mau uso do suado dinheiro público, que geram prejuízos bilionários aos cofres públicos.

A falta de planejamento nas ações de governo, a descontinuidade das ações públicas tem sido a característica dominante em nosso país. Nossos governantes não tem visão estratégica e de longo prazo e são incapazes de articular com a sociedade para que seja construído um Projeto Nacional de Desenvolvimento que contemple as políticas nacionais, regionais e setoriais e a necessária compatibilização e articulação entre as três esferas de governo: federal, estaduais e municipais. Diante de cada crise, surgem “ideias luminosas”, muitos discursos, reuniões, almoços, jantares, cafés da manhã, tudo custeado com dinheiro público e os “Salvadores da pátria”, verdadeiros gênios que tudo sabem, tudo fazem, mas pouco ou quase nada resolvem, para em seguida voltar tudo novamente ao mesmo ponto de partida.

Nossos governantes mais se assemelham ao que é denominado de “voo das galinhas”, cuja visão ou alcance são as próximas eleições, que são realizadas a cada dois anos e quatro anos. Não conseguem ter a visão e o voo da águia, que abrange grandes distâncias e alturas. Ou seja, a mediocridade, além da demagogia, afora a corrupção parece marcarem indelevelmente o que denominamos de classe política em nosso país, sempre associada aos grandes interesses econômicos e financeiros.

O povo, a população, o contribuinte representam a fonte real e verdadeira do poder, é o que podemos denominar de vontade nacional e vontade popular e não pode abrir mão de seus direitos de participação e de livre manifestação; eleição por mais legal e legítima que seja não representa a outorga de uma procuração em branco para que políticos e empresários decidam em nome da cidadania e só “ouvindo” a voz das urnas a cada dois ou quatro anos.

Abraços e vamos comemorar o Dia da Amazônia, refletindo mais profundamente o que podemos fazer para livrar esta imensa, rica e importante região, tanto para o Brasil quanto demais países que a integram e o planeta terra, para resgatá-la das mãos que a estão destruindo impiedosamente!

Juacy da Silva, professor universitário, titular e aposentado UFMT, sociólogo, mestre em sociologia, colaborador de diversos veículos de comunicação. Twitter@profjuacy Blog www.professorjuacy.blogspot.com Email profjuacy@yahoo.com.br

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