O governo brasileiro tem como agenda oculta a destruição do ensino superior pública, incluindo o corte de bolsas de mestrado, doutorado e pós-doutorado.
Por Juacy da Silva*
Hoje, dia 15 de maio de 2019, na quase totalidade das cidades brasileiras, educadores, trabalhadores em educação e professores/professoras e estudantes paralisaram suas atividades, em sinal de protesto contra as medidas do governo Bolsonaro, incluindo cortes e congelamento dos recursos para as Universidades Federais e Institutos Federais de Educação e em defesa da Educação Pública, gratuita e de qualidade em todos os níveis.
O governo Bolsonaro tem como agenda oculta a destruição do ensino superior público, incluindo o corte de bolsas de mestrado, de doutorado, pós-doutorado, afetando de maneira direta as pesquisas e o desenvolvimento da ciência e da tecnologia em nosso país, abrindo caminho para a total privatização da educação, inclusive no nível superior. Para este tipo de ação, a educação nada mais é do que uma mera mercadoria a ser comprada e vendida no Mercado.
O sucateamento e a destruição das Universidades Federais, dos Hospitais universitários e dos Institutos Federais de Educação caminham a passos largos e rápidos no atual governo, exigindo uma tomada de posição de quem ainda sonha com um Brasil desenvolvido, justo e um grande ator no cenário internacional. Nada disso será possível se o governo continuar destruindo as bases do conhecimento, da pesquisa e do desenvolvimento científico e tecnológico. Esta é uma forma disfarçada de mordaça para impedir que a autonomia das universidades e a liberdade de cátedra sejam os esteios do ensino superior.
De forma semelhante diversos Senadores, Deputados Federais, Governadores, Prefeitos, Deputados Estaduais, Vereadores, Reitores, intelectuais, cientistas e empresários, não apenas do Brasil, mas em diversos países já tem se manifestado contra este absurdo, uma medida obscurantista, com sérias e negativas repercussões para o futuro do Brasil.
O próprio Ministro da Ciência e Tecnologia, Astronauta Marcos Pontes, tem falado que tal medida irá provocar a paralisação das pesquisa nas universidades federais, que são responsáveis por mais de 90% de todas as pesquisas nacionais.
Um país que não investe de verdade em educação, inclusive na EDUCAÇÃO SUPERIOR PÚBLICA, esta fadado a perder o bonde da história e permanecer eternamente como dependente da ciência e da tecnologia importados, a nova forma de colonialismo do século 21.
Todos os países que se desenvolveram ou deram um salto qualitativo significativo, investiram pesadamente em educação, na ciência e na tecnologia, e isto só é possível com UNIVERSIDADES livres, mantidas com recursos públicos e gratuitas. Exemplos da Alemanha, da Rússia, da Coreia do Norte, da China, da Inglaterra, dos EUA, da índia e outros países, demonstram que para avançar, um país só tem UMA ÚNICA PRIORIDADE: EDUCAÇÃO, PÚBLICA, GRATUITA E DE QUALIDADE. Governos medíocres, autoritários e totalitários não suportam universidades livres e atuantes.
Governos autoritários, totalitários e retrógrados jamais investem em educação, principalmente EDUCAÇÃO SUPERIOR PÚBLICA, pois as UNIVERSIDADES representam o espaço da liberdade de pensamento, de criação e do diálogo franco, aberto e democrático, de onde surgem cientistas, gestores de qualidade, empresários inovadores e os defensores da justiça social e das oportunidades para todos!