O caminho requer sempre novas superações, exige renúncia de tudo aquilo que se opõe ao seu mestre e Senhor, numa vida que pede, de verdade, coragem, na restauração todas as coisas em Cristo.
Por Geovane Saraiva*
Outrora Deus, para tirar o povo eleito do jugo da escravidão do Egito, multiplicou os prodígios, prometendo-lhe novos e maiores favores. A promessa de Deus, que não é imaginária nem ilusória, se repete, desmedidamente, na retirada do seu povo do exílio da Babilônia. Animando-o como sonho da esperança, liberta-o, como na voz do profeta Isaías: “Eis que farei coisas novas, e que já estão surgindo. Vou abrir uma estrada no deserto e farei correr rios na terra seca; vou saciar a sede dos meus escolhidos” (cf. Is 43, 19-20).
Palmilhando todas as vicissitudes da história de Israel, fica claro que a profecia ilumina o futuro messiânico, do qual Deus nos faz o novo povo de Israel, a Igreja, uma realidade aos olhos da fé absolutamente nova. Tal imagem é ilustrada no concreto episódio sagrado da mulher adúltera, que foi levada a Nosso Senhor Jesus Cristo, para que fosse julgada. Esse julgamento foi antecedido de um profundo silêncio, seguindo-se da expectativa dos acusadores e da própria mulher, a qual era duramente acusada na surpreendente e ao mesmo tempo simples expressão do Filho de Deus: “Quem dentre vós não tiver pecado seja o primeiro a atirar-lhe uma pedra. (...) Ninguém te condenou? Nem eu te condeno. Vai e não peques mais (cf. Jo 8, 1-11).
Eis o novo povo de Deus no caminho da justiça e da vida, livre do pecado, que, de um modo progressivo, se assemelha a Cristo, que, no dizer do apóstolo Paulo, se configura com Cristo na morte e na ressurreição (cf. Fl 3, 10). Tal caminho requer sempre novas superações, exige renúncia de tudo aquilo que se opõe ao seu mestre e Senhor, numa vida que pede, de verdade, coragem, na restauração de todas as coisas em Cristo.
Ó Deus, por considerarmos tudo como perda diante da vantagem suprema que consiste em conhecer a Cristo Jesus, meu Senhor (cf. Fl 3, 8), somos conscientes de que muito amais vossas criaturas, na vossa justiça que sempre nos acompanhais com misericórdia e perdão. Sendo vós, Senhor, nossa única e última esperança, que tenhais compaixão de nós, vossos filhos, segundo a pródiga grandeza de vossa misericórdia! Amém!