Dom Leopoldo Brenes acredita numa Igreja santa, apostólica e perseguida.
Por Observador
O cardeal Leopoldo Brenes afirmou que a Igreja Católica é perseguida na Nicarágua, dando conta de que os seus templos têm servido de refúgio para manifestantes que escapam dos ataques armados do Governo local.
Segundo a agência de notícias espanhola EFE estes confrontos já provocaram entre 277 e 351 mortos, desde abril deste ano.
Brenes reconheceu a perseguição sofrida pela Igreja Católica quando questionado por um grupo de jornalistas, após a Eucaristia dominical na Catedral Metropolitana de Manágua.
“Acredito numa Igreja santa, católica, apostólica e perseguida, porque vemos que no Iraque está a ser perseguida, na Índia creio que também. Faz parte da Igreja, sempre foi perseguida, mas não vamos ficar alheios”, sublinhou o cardeal.
Desde junho, quando o Episcopado, na qualidade de mediador de um diálogo nacional para superar a crise, pediu ao presidente Daniel Ortega para antecipar, até março de 2019, as eleições de 2021, com vista a ultrapassar a grave situação na Nicarágua, foram, pelo menos, profanadas sete igrejas.
A Nicarágua está submersa na mais sangrenta crise sociopolítica desde a década de 1980, com Ortega também como presidente.
Os protestos contra Daniel Ortega e sua esposa, vice-presidente Rosario Murillo, começaram em 18 de abril deste ano, devido ao fracasso das reformas na segurança social que culminaram com a exigência da renúncia do presidente, após onze anos no poder, com acusações de abuso e corrupção.