Ai dos que fazem do direito uma amargura e a justiça jogam no chão. (Amós 5, 7)
Por Assessoria de Imprensa
Considerando:
˗ que vivemos uma crise política, econômica e social, que resulta da e na aplicação de medidas que retiram direitos e preservam privilégios;
˗ que as eleições de 2018 prometem assumir o caráter de uma intensa luta política.
˗ que a Igreja Católica vem acompanhando os acontecimentos recentes da política e da sociedade brasileira, por meio de importantes manifestações em notas e mensagens nas quais a CNBB, a Província Eclesiástica e a Arquidiocese de Belo Horizonte se manifestam prontamente contrárias à retirada de direitos.
˗ que a Arquidiocese de Belo Horizonte já produziu um documento específico para as eleições de 2016, no qual convidou e orientou a comunidade católica a participar ativamente e com consciência crítica naquelas eleições municipais.
˗ os seguintes excertos de notas publicadas pela CNBB:
CONTRA A RETIRADA DE DIREITOS
“Lamentamos que no Congresso se formem bancadas que reforcem o corporativismo para defender interesses de segmentos que se opõem aos direitos e conquistas sociais já adquiridos pelos mais pobres.”
CNBB. Nota sobre o momento nacional. 21 abr. 2015.
CONTRA O DESMONTE DO ESTATUTO DO DESARMAMENTO
O Projeto de Lei 3722/2012, que altera o Estatuto do Desarmamento, é outra matéria que vai na contramão da segurança e do combate à violência.”
CNBB. Nota sobre o momento nacional. 21 abr. 2015.
CONTRA O CONGELAMENTO DOS INVESTIMENTOS SOCIAIS POR 20 ANOS
“A PEC 241 é injusta e seletiva. Ela elege, para pagar a conta do descontrole dos gastos, os trabalhadores e os pobres, ou seja, aqueles que mais precisam do Estado para que seus direitos constitucionais sejam garantidos. Além disso, beneficia os detentores do capital financeiro, quando não coloca teto para o pagamento de juros, não taxa grandes fortunas e não propõe auditar a dívida pública”.
CNBB. Nota sobre a PEC 241. 27 out. 2016
CONTRA A REFORMA DA PREVIDÊNCIA
“Buscando diminuir gastos previdenciários, a PEC 287/2016 “soluciona o problema”, excluindo da proteção social os que têm direito a benefícios”. (...) A opção inclusiva que preserva direitos não é considerada na PEC. Faz-se necessário auditar a dívida pública, taxar rendimentos das instituições financeiras, rever a desoneração de exportação de commodities, identificar e cobrar os devedores da Previdência.
CNBB. Nota sobre a PEC 287/2016 (Reforma da Previdência). 23 mar. 2017.
CONTRA A REFORMA TRABALHISTA
“Açodada, carente da participação adequada de todos os segmentos sociais envolvidos, demonstraram categoricamente que o texto a votar está contaminado por inúmeras, evidentes e irreparáveis inconstitucionalidades e retrocessos de toda espécie, formais e materiais. [...] Conclamamos a impedir a aprovação açodada de projeto (reforma trabalhista) crivado de inconstitucionalidade e deflagrador de grave retrocesso social, a consequente ruptura com o compromisso internacional assumido pelo País ao ensejo do art. 26 do Pacto de San Jose da Costa Rica e, por tudo, o rebaixamento histórico do patamar civilizatório mínimo de cidadania social que se construiu ao longo de quase dois séculos e meio”.
CNBB e outras entidades. Nota pública contrária ao projeto de reforma trabalhista. 10 jul. 2017.
CONCLAMAÇÃO À PARTICIPAÇÃO POPULAR
“só uma reação do povo, consciente e organizado, no exercício de sua cidadania, é capaz de purificar a política, banindo de seu meio aqueles que seguem o caminho da corrupção e do desprezo pelo bem comum. Incentivamos a população a ser protagonista das mudanças de que o Brasil precisa”.
CNBB. Nota sobre o atual momento político. 26 out. 2017.
A Arquidiocese de Belo Horizonte produzirá orientações específicas para o processo eleitoral de 2018, nas quais ressaltará o compromisso da comunidade católica a não votar em parlamentares que pretendem se reeleger, mas que, no exercício de seu mandato, contrariaram as orientações produzidas pela CNBB, pela Província e pela Arquidiocese.
Assim, os eleitores católicos seriam convidados a considerar o modo como tais políticos votaram nas importantes decisões que foram tomadas pelo Congresso Nacional nos últimos anos. Estariam excluídos da lista de potenciais candidatos aqueles políticos e os partidos que, com o sua atuação parlamentar, não mostraram possuir “compromisso mais efetivos com a cidadania”, conforme “convocação do Evangelho de Jesus Cristo”, tal como se expressa naquelas orientações de 2016.
O Coletivo Arquidiocesano de Fé e Política, em parceria com o NESP e com o Vicariato Episcopal para Ação Social e Política, cuidará de dar concretude a essa orientação por meio da produção de campanha que publicize o nome dos que votaram contrários às orientações da Igreja.
Serão elencados também os partidos que determinaram a suas bancadas que votassem contra o interesse popular, tal como preconizado nas notas públicas dos bispos brasileiros. Ao fazê-lo, os referidos partidos não se comprometeram a fazer a defesa dos valores defendidos pela Igreja Católica.
Conselho Pastoral Arquidiocesano
Vicariato Episcopal para Ação Social e Política
Núcleo de Estudos Sociopolíticos NESP / PUC Minas
Coletivo Arquidiocesano de Fé e Política