Sequestro de 110 meninas na Nigéria em ataque de grupo extremista

Escola predominantemente cristã é atacada pelo Boko Haram e mais de 100 meninas desaparecem.

Por Assessoria de Imprensa Portas Abertas

Cerca de 110 meninas ainda estão desaparecidas depois que Boko Haram atacou um internato cristão no estado de Nigéria, Yobe, na noite de segunda-feira (19 de fevereiro) foram sequestradas pelo grupo extremista islâmico.

Autoridades afirmam que das 926 alunas que estavam na Escola Estadual para Meninas, apenas 815 estavam de volta até terça meio-dia. A cidade de Dapchi é predominantemente muçulmana e acredita-se que o ataque tenha conotação religiosa, uma vez que a maioria das meninas sequestradas é cristã e o próprio nome Boko Haram quer dizer: a educação cristã é pecado.

meninas2O tio de uma das meninas desaparecidas, Abubakar Shehu, disse à Portas Abertas: “Nossas meninas estão desaparecidas há dois dias e nós não sabemos onde elas estão. Disseram que elas fugiram para alguns vilarejos, mas nós já fomos a todas as aldeias mencionadas e não as encontramos. Estamos começando a pensar que o pior tenha acontecido – outro episódio como o de Chibok”. Ele se refere ao sequestro de 276 meninas em uma escola na cidade de Chibok, realizado pelo Boko Haram em abril de 2014. De lá para cá, muitas meninas foram libertadas pelo grupo ou resgatadas pelo exército nigeriano.

Inicialmente, parecia que todos os estudantes e professores de Dapchi conseguiram fugir dos sequestradores depois de terem ouvido tiros. Há informações de que testemunhas viram as meninas sendo jogadas e levadas em caminhões.

Tiros e medo

Aisha Yusuf Abdullahi, 16, estava entre as meninas que conseguiram escapar. "Estávamos na capela e estávamos prestes a começar a quando ouvimos tiros. Nós corremos para o portão. Estava fechado ... foi apavorante, alguns subiram a cerca para escapar em veículos estacionados do lado de fora. Elas apenas pularam, sem saber de quem eram os veículos ... Nós não ouvimos falar daquelas que entraram nesses caminhões. Temos a sensação de que foram levados pelos homens armados ".

De acordo com uma fonte, os sequestradores chegaram em veículos militares e disseram às garotas que o exército viria protegê-las. Mais uma vez, há ecos do ataque Chibok, quando uma sobrevivente disse que, quando homens em vários veículos chegaram à escola, "nós achamos que eram militares".

Oito anos de terror

Os ataques de mais de oito anos do Boko Haram no norte da Nigéria somam mais de 20 mil vidas, além de 2 milhões de pessoas que tiveram de fugir de suas casas, deixando para trás tudo o que tinham, e vivem hoje deslocados, refugiando-se em outras regiões da Nigéria ou em países vizinhos.

Na segunda-feira, o Ministério da Justiça anunciou que 205 pessoas foram sentenciadas a pagar entre três e 60 anos de prisão pelo envolvimento com o grupo radical islâmico. Dados da Portas Abertas, contam que metade dessas pessoas foram "liberadas para reabilitação" e "73 casos foram adiados".

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