Paz para o mundo

Como seria bom não cruzar os braços, na força da figura humana de Francisco de Assis, numa vida límpida e transparente, motivo de orgulho para os seguidores de Jesus!

Por Geovane Saraiva*

Na certeza de que nosso destino é céu, que nossa oração pela paz, seja acolhida por Deus, absorvida no grão de trigo que cai na terra e morre para produzir muitos e bons frutos (cf. Jo 12,24), como resposta aos sinais de Deus, quão intensos no nosso mundo. No contexto atual, doloroso e angustiante pela morte brutal da vereadora do Rio de Janeiro, Marielle Franco, e nela o sonho de milhões de irmãos e irmãs, decorrente de conflitos e violências de nossas cidades. Aprendamos com São Francisco de Assis, atraídos pela força de sua vida exemplar, instrumento de inspiração, a superar o ódio e a violência.

francisco1Como seria bom não cruzar os braços, na força da figura humana de Francisco de Assis, numa vida límpida e transparente, motivo de orgulho para os seguidores de Jesus de Nazaré! Ele, no seu genuíno e humano modo de viver, ensina-nos a viver na lógica amorosa de Deus, num caminho de simplicidade e humildade, todos partidários do amor de Deus. Quantas lições podemos aprender dele, ao depararmo-nos com a afável bondade de Deus a nos dizer que, se não é possível vencer as forças do mal, que nossa luta seja por um mundo solidário, tendo como eixo a esperança e a ternura de Deus.

Que nossa esperança encontre eco no mesmo Deus do "povorello" de Assis, ensinando-nos a superar a realidade dramática entre amor e ódio. Deus não quer que o desespero e o ódio tomem conta do mundo. Ao contrário: que cesse o mal e que o mesmo seja impedido de entrar em todos os espaços. Só é possível vencê-lo, porém, se contarmos com a força da graça de Deus, juntando-nos a Francisco de Assis, no seu não à indiferença, antevendo a reconciliação da criatura humana e todo o universo.

O compromisso por um mundo melhor e mais humano, na morte de Marielle e de tantos irmãos, no dizer do Pe. Mário de França Miranda, "são vidas que a morte não põe fim". É a violência presente no nosso mundo, da qual o ser humano não pode fugir, revelando o rosto de um Deus humilhado e desfigurado. Que aprendamos a rezar, no mesmo espírito do aventureiro da paz, Francisco de Assis, nas suas profundas marcas na história da humanidade, tendo diante dos olhos e no coração sua persistente luta de paz para o mundo. Amém!

*Geovane Saraiva é pároco de Santo Afonso e vice-presidente da Previdência Sacerdotal, integra a Academia Metropolitana de Letras de Fortaleza -geovanesaraiva@gmail.com

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