Yanghee Lee contava visitar o país no início do próximo ano para avaliar a situação dos direitos humanos, incluindo os abusos contra a minoria rohingya no estado de Rakhine.
Por Francisco Pedro
O governo de Myanmar informou à relatora especial da ONU, Yanghee Lee, nesta quarta-feira, 20 de dezembro, que não autoriza a sua entrada no país e que suspende a colaboração com ela até ao final do seu mandato. A responsável, que contava visitar o território em janeiro, manifestou-se "surpreendida e decepcionada" com a decisão.
"Esta declaração de não cooperar com o meu mandato só pode ser encarada como uma forte indicação de que algo realmente horrível deve estar acontecendo em Rakhine, assim como no resto do país", afirmou a relatora, que já tinha estado seis vezes em Myanmar, para avaliar a situação dos direitos humanos e informar a Assembleia Geral da ONU.
Além desta proibição, as autoridades de Myanmar também não estão cooperando com a missão de investigação internacional e independente do Conselho de Direitos Humanos. "Dizem que não têm nada a esconder, mas a falta de cooperação com a minha missão e e missão de investigação dá a entender o contrário", concluiu Yanghee Lee.