No dia 15 de outubro recordamos uma mulher totalmente voltada à contemplação e ao absoluto de Deus que, como Maria, escolheu a melhor parte e não lhe será tirada.
Por Geovane Saraiva*
No dia 15 de outubro recordamos uma mulher totalmente voltada à contemplação e ao absoluto de Deus que, como Maria, escolheu a melhor parte e não lhe será tirada. Trata-se de Santa Teresa de Jesus, religiosa carmelita espanhola (1515-1582), que marcou uma época, sobretudo por sua talentosa sabedoria e inteligência, identificada e configurada com Jesus de Nazaré, levando uma vida de oração, oferecendo um dadivoso e restaurador banho de fé à humanidade, legado espiritual de graças e bênçãos para a nossa civilização cristã. Igualmente, consciente de que a oração é o bem maior e a porta de entrada para a perfeição, exatamente quando o mundo se alargava através das grandes navegações, conquistas e descobertas humanas, é que surge Santa Teresa como dádiva, dom e graça de Deus.
Teresa D’Ávila, uma criatura humana exemplar, descomunal e atemporal, bem que pode ressoar, hoje, na vida dos cristãos como um verdadeiro milagre do inefável mistério de amor. Não tenho dúvida alguma de tratar-se de uma mulher fortemente movida pelo Espírito de Deus. É assim que percebo o interior de nossa Irmã D’Ávila, nas suas surpreendentes aventuras pelo misterioso caminho do mundo interior, tendo por base o Livro Sagrado: “Como a corça que suspira pelas águas da torrente, assim minha alma suspira por vós, Senhor. Minha alma tem sede do Deus vivo”. Ela é considerada fundadora dos Carmelitas Descalços, juntamente com São João da Cruz, aquele da célebre frase, a saber: “No entardecer desta vida, sereis julgados segundo o amor”.
Teresa D’Ávila, com seus escritos “Castelo Interior” e “Caminho de Perfeição”, ofertou ao mundo sua própria experiência de vida contemplativa e, pela literatura, seu lado místico imorredouro. Como soube ela colocar diante dos olhos, na mente e no coração o Deus grande, glorioso e esplêndido, sendo a razão do seu viver, indicando-nos o caminho da transcendência e da benevolência divina. A seu exemplo, fixemos nosso olhar no mistério a envolver, no sentido mais profundo, a suma felicidade: “Nada te perturbe. Nada te amedronte. Tudo passa, só Deus não muda. A paciência tudo alcança. A quem tem Deus nada falta. Só Deus basta!”. Assim seja!