Francisco visitará as cidades de Bogotá, Villavicencio, Medellín e Cartagena de Índias.
Por Júlio Caldeira
O papa Francisco já está viajando de Roma para Bogotá: chega esta tarde à capital colombiana para iniciar sua Visita Apostólica de cinco dias. Francisco é o terceiro papa que visita a Colômbia. Antes dele, Paulo VI em 1968 e João Paulo II em 1986 estiveram nestas terras.
Está previsto que o Papa chegue às 16h30 (horário de Bogotá) desta quarta-feira ao aeroporto militar CATAM. Ao pisar em terras colombianas será recebido por uma comitiva de todos os bispos colombianos e pela comitiva presidencial, encabeçada pelo presidente Juan Manuel Santos.
Do aeroporto até a Nunciatura Apostólica, irá de papamóvel pela avenida El Dorado (que liga o aeroporto ao centro da cidade), cumprimentando os fiéis que desde esta manhã o esperam com muita alegria. Ele dormirá todos os dias na Nunciatura e daí partirá para as visitas que realizará em Bogotá, Villavicencio, Medellín e Cartagena de Índias.
Dia a dia da visita do Papa
Quinta-feira, dia 7, o Papa visitará Bogotá, capital e metrópole com oito milhões de habitantes, onde terá encontros com membros do governo, da Conferência Episcopal Colombiana (CEC) e do Conselho Episcopal Latino-Americano (CELAM), bem como um encontro com jovens e a celebração de uma Missa campal no parque Simón Bolívar. A temática deste dia girará em torno à vida, paz e Maria, Mãe da vida.
Villavicencio, porta de entrada da Amazônia e da planície colombiana, estará visitando sexta-feira, 8. Esta é uma das zonas que mais sofrem com o conflito armado e com o desmatamento. Aí terá um grande encontro de oração pela reconciliação nacional (junto às vítimas do conflito), inaugurará a «Cruz da Reconciliação» e beatificará dois mártires colombianos: o bispo Jesus Emilio Jaramillo e o sacerdote Pedro Maria Ramírez. O tema será a reconciliação: com Deus, entre as pessoas e com a natureza.
O Papa estará sábado, 9, em Medellín, onde tratará do tema vocação e serviço cristão. Aí celebrará a Eucaristia pela manhã. À tarde visitará a “Casa São José” (obra social que acolhe crianças e adolescentes abandonados, toxicodependentes e vítimas de exploração sexual e violência intrafamiliar) e depois terá um encontro com os sacerdotes, religiosos, e suas famílias de origem.
No último dia da visita, domingo, 10, o Pontífice irá a Cartagena das Índias, onde visitará os projetos sociais arquidiocesanos, entre eles o Talitha Qum (que atende crianças e adolescentes com alto risco de vulnerabilidade); também porá a primeira pedra das casas para os sem-abrigo. Ao meio dia rezará o Angelus e visitará a casa de São Pedro Claver, padroeiro dos direitos humanos e defensor das pessoas com deficiência. À tarde celebrará a Santa Missa, antes de regressar a Roma. O tema central girará em torno à luta contra a pobreza e o racismo. Estima-se que 74% da população de Cartagena é afrodescendente.
Realidade Colombiana
A Colômbia é um país de América do Sul com 49 milhões de habitantes, sendo 90% católicos (é o sétimo país com mais católicos no mundo), e registra mais de sete décadas de conflitos armados internos, que levaram mais de 20 por cento da população a migrar internamente e para outros países.
Atualmente o país vive um momento de dúvidas e polarização política marcada por dois processos e diálogos de paz. O primeiro, já assinado em novembro de 2016, entre o governo colombiano e o maior grupo guerrilheiro colombiano, as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC). O segundo, está se desenvolvendo em Quito – Equador, com o Exército de Libertação Nacional (ELN), desde 7 de fevereiro deste ano.
Segundo pesquisa do professor Fernando Altemeyer, a Igreja Católica na Colômbia “atualmente conta com 134 bispos: 22 arcebispos (4 cardeais arcebispos, sendo três eméritos, 12 arcebispos diocesanos na ativa, 5 arcebispos eméritos, um arcebispo núncio apostólico) e 112 bispos (62 bispos diocesanos na ativa – 52 diocesanos e 10 bispos auxiliares –, 30 bispos diocesanos eméritos, sendo 28 diocesanos e 2 auxiliares eméritos; 16 vigários apostólicos – 11 na ativa e 5 eméritos –, 1 exarca de rito maronita e 3 prefeitos eméritos). A organização pastoral se faz por meio de 4.042 paróquias, 6.292 centros de atendimento pastoral, 9.210 sacerdotes (6.801 padres do clero secular e 2.409 membros do clero religioso ou regular), 515 diáconos permanentes, 324 membros de institutos seculares, 50.564 missionários leigos, 1.174 irmãos, 4.041 seminaristas maiores, 14.727 religiosas consagradas, 55.628 catequistas”.