Todos os objetivos do Congresso foram alcançados, afirmou padre Maurício, diretor das POM.
Por Cecília de Paiva
A aspersão no ato penitencial que iniciou a missa de envio do 4º Congresso Missionário Nacional (4º CMN) indicou a água como fonte de vida e de purificação, em “bênçãos renovadoras da graça em Jesus Cristo”. A celebração foi presidida por dom Antonio Fernando Saburido, arcebispo da arquidiocese de Olinda e Recife, anfitriã do Congresso, realizado entre os dias 7 e 10 de setembro. A missa celebrada no final da manhã deste domingo, 10, no ginásio de esportes do Colégio Damas, sede do evento, reuniu os 700 congressistas, famílias que os receberam, além de colaboradores das equipes de serviço e profissionais de suporte da organização.
Na letra ritmada, o ginásio ecoou a frase “Tua palavra é luz do meu caminho”, preparando para a escuta da Palavra de Deus. Da profecia de Ezequiel (33, 7-9), ao admoestar o ímpio a respeito de sua conduta, passando pela síntese dos mandamentos “Amarás a teu próximo como a ti mesmo”, passando pela carta de São Paulo aos Romanos (13, 8-10), os participantes puseram-se à escuta do Evangelho de São Mateus (18, 15-20). Em sua homilia de dom Fernando, destacou o envolvimento de toda Igreja local, incluindo a Semana Missionária que antecedeu o evento. O bispo sublinhou o ganho de todos em relação à missão conforme vem insistindo o papa Francisco. A partir deste Congresso, “haverá maior articulação das atividades missionárias, sobretudo de uma maneira mais organizada, a partir do Conselho Missionário Diocesano (Comidi), das coordenações do trabalho missionário”, acredita.
Ao refletir sobre as leituras, dom Fernando destacou as palavras do profeta Ezequiel e a mensagem de São Paulo acerca do amor. “É preciso amar ao próximo como a nós mesmos. E não basta só a si, mas precisa amar como ele nos amou. Na coragem de dar a vida pelo outro, condição importante para vivermos a sinodalidade. A sermos Igreja, a prosperar na nossa ação missionária. Não devemos mais nada. A nossa única dívida é o amor ao próximo”, disso o bispo indicando o essencial na missão.
Ao avaliar a realização do 4º CMN, o diretor das Pontifícias Obras Missionárias (POM), padre Maurício afirmou que todos os objetivos traçados para o evento foram alcançados. Essa certeza, segundo ele é visível “no rosto das pessoas, no entusiasmo e na paixão que os congressistas levam para as suas dioceses e regionais. E também dos próprios materiais que serão produzidos pós-congresso, com um livro e um DVD. Para mim, fica a certeza de que o protagonismo da missão é o Espírito Santo. Ele se manifestou de diversas maneiras, desde a preparação à conclusão do Congresso, todas as iniciativas estavam dentro de um espírito, aberto, sinodal e ecumênico”, concluiu o diretor.
Os anseios dos enviados em missão
Os participantes demonstraram ansiedade pelo iminente retorno às suas casas para continuar a missão nas dioceses de todo o Brasil. Entre os presentes, estava padre Inocêncio Xavier, coordenador do Conselho Missionário Diocesano (Comidi) da diocese de Uruaçu, Goiás. Para ele, a missa reúne a espiritualidade e o agradecimento por tudo o que foi vivido no Congresso que, “graças a Deus, foi para todos nós uma bênção”, exclamou.
Maria Francisca da Silva, da cidade de Paulistana, Piauí, disse que, na missa de envio, eram marcantes a esperança, a confiança, o profetismo e a comunhão como Igreja, entre pastorais, leigos e leigas. “Tudo contribui na minha realidade para trabalhar a pastoral de conjunto pela comunhão, a ser mais assídua no profetismo, no denunciar e no escutar mais”, relatou a missionária.
O seminarista Hermes Duarte Mendes, do 1º ano de teologia em Porangatu, Goiás, faz serviço pastoral na comunidade e contou que sua dedicação aos temas da missão é recente. Há seis meses iniciou uma missão numa área carente e está vivenciando a implantação do Conselho Missionário de Seminaristas (Comise). “Estou levando muita disposição e ardor missionário no coração. Agora é aplicar com muita alegria de estar em saída para levar o Evangelho a todos”, assegurou o jovem seminarista.
O leigo missionário, João Augusto Stastxak, de Fortaleza, leva muita fé em relação ao que vivenciou em todo o Congresso, além de “mais coragem e ideias para colocar a missão no lugar de destaque que ela merece”.
O padre Rogério José da Silva foi um dos que receberam diversas delegações e que se envolveu com intensidade na preparação missionária das comunidades em que atua como pároco, no Vicariato do Cabo, região da grande Recife. “Com a realização do Congresso fomos impulsionados a darmos um passo além do que já fizemos. Fomos iluminados para sermos cada vez mais presente na sociedade, no âmbito religioso, social. Em um impulso para dentro e para fora de si mesmos, para sermos essa Igreja em estado permanente de missão”, ressaltou.
Ao final da missa, dom Esmeraldo Farias, presidente da Comissão para a Ação Missionária e Cooperação Intereclesial da CNBB, fez a oração de envio, juntamente com padre Maurício Jardim, diretor das Pontifícias Obras Missionárias (POM) e coordenador executivo do evento.
Os missionários e missionárias partiram agradecidos pela generosidade da arquidiocese de Olinda e Recife que, nos dias do Congresso mostrou o verdadeiro espírito de serviço gratuito, uma das características da missão. A alegria que marcou os dias do Congresso agora impulsiona o anúncio do Evangelho em todo o Brasil e além-fronteiras.