A Igreja Católica, neste domingo, lê, medita, reza e contempla a Parábola do Semeador e a sua explicação, conforme o evangelista Mateus, 13, 1-23.
Por Dom Rodolfo Luís Weber*
A Igreja Católica, neste domingo, lê, medita, reza e contempla a Parábola do Semeador e a sua explicação, conforme o evangelista Mateus, 13, 1-23. O ensinamento através de parábolas é um ensinamento contemporâneo, ainda mais vindo da boca de Jesus que “ensinava com autoridade” (Mt 7, 29).
Entre tantos aspectos da Parábola do Semeador, destacam-se a figura do semeador, a qualidade da semente, o ambiente da semeadura e os frutos colhidos. O semeador é um sujeito esperançoso. Semeia em todos os ambientes. Sob uma ótica economicista e utilitarista parece ser um sujeito irresponsável, talvez ingênuo, pois larga sementes em lugares de alto risco e sem muitas perspectivas de retorno. A qualidade da semente é inquestionável, pois aquela que caiu em terra boa produziu até 100%. É o sonho de todo semeador. Os riscos da semeadura são muitos, desde a perda total até o risco zero. E, por fim, somente colhe quem semeia, seja pouco ou muito.
Semear a boa semente do amor a Deus e para a eternidade que abre horizontes num mundo marcado pelo materialismo e o imediatismo. Colocar-se diante de quem é maior para questionar a arrogância e a autossuficiência humana.
Semear a boa semente da família. Espaço privilegiado onde os filhos honram os pais, agradecem o dom da vida e reconhecem a missão e autoridade dos pais. Também é o ambiente sagrado onde os filhos experimentam o cuidado, o calor e o aconchego dos pais.
Semear a boa semente da promoção da vida. Aprender a não matar. Diante da desvalorização da vida, da vulgarização da morte, do matar como solução de problemas, afirmar que a “vida é bonita”, como diz a canção.
Semear a boa semente da fidelidade. Casais prometem fidelidade, religiosos fazem votos, empresas fazem contratos, indivíduos empenham a palavra. Que em todas as situações o sim dado se torne fato.
Semear boa semente da honestidade. A vida oferece inúmeras oportunidades, na sua maioria pequenas e simples, que provocam e desafiam a honestidade das pessoas e das instituições. Alegrar-se cada vez que consigo ser honesto e agradecer a honestidade e a transparência do outro. Este exercício fortalece a convicção para ser honesto nas grandes oportunidades e nos grandes valores.
Semear a boa semente do respeito ao que é do outro, seja um bem público ou privado. Não cobiçar as coisas alheias. Isto é um remédio para a inveja e a ganância. Alegrar-se com o que foi conquistado com trabalho, com honestidade, mesmo que seja pouco.
Semeia quem é esperançoso, quem acredita na qualidade da semente que está lançando, quem tem paciência para esperar o germinar da semente, o crescer e o amadurecer dos frutos. Só colhe quem semeia. “Quem tem ouvidos ouça!”, assim Jesus conclui a parábola.