Charlie é uma das 40 mil crianças entre a vida e a morte internadas em hospitais ingleses.
Por Rádio Vaticano
Após uma longa tratativa, os pais de Charlie Gard e o Great Ormond Hospital chegaram a um acordo: a criança será transferida em breve a um hospital para doentes terminais, onde passará os últimos dias de sua vida ao lado dos pais, antes de serem desligados os aparelhos que a mantém respirando.
O “último desejo” de Connie Yates e Chris Gard - para que seu filho pudesse morrer em casa – não pode ser atendido visto a impossibilidade de se encontrar um respirador artificial e uma equipe de médicos especializados que pudesse assisti-lo em casa.
Visto a gravíssima situação em que se encontra – reconheceram ambas as partes – a transferência para sua residência apenas causaria mais sofrimento.
Assim, após três meses e meio de batalha legal em quatro instâncias – Alta Corte, Corte de Apelação, Corte Suprema em Londres e Corte Europeia de Direitos Humanos em Estrasburgo, e após um ulterior recurso à Alta Corte - o “Caso Charlie” foi considerado concluído.
Uma determinação do Juiz Nicholas Francis proíbe a imprensa de informar o nome do hospital para onde será transferida a criança e a data.
A decisão sobre quando os aparelhos serão desligados foi tomada à portas fechadas, depois que o juiz, a pedido da mãe, solicitou que o público e os jornalistas se retirassem do recinto da audiência.
“É uma decisão muito privada e dolorosa”, disse o advogado Grant Amstrong, que representa os pais.
O caso de Charlie não é um caso isolado, mas ganhou ampla repercussão. De fato, na Inglaterra existem 40 mil crianças nos hospitais entre a vida e a morte. Quatro mil delas morrem a cada ano.