22 de março, Dia Mundial da Água.
Por Roberto Malvezzi (Gogó)*
Um país que é o mais rico em água doce do mundo
Que tem a maior malha hídrica de rios do planeta
Que tem chuva em todo território nacional
Quem tem seu ciclo das águas potencializado pela floresta Amazônica,
Que distribui suas águas pelo Amazonas Voador que vai até Buenos Aires
Ou até mesmo até a Patagônia
Que armazena as chuvas desse rio nos aquíferos do Cerrado
Ou até mesmo no Aquífero Guarani
Que tem um único rio que sai do Sul para o Norte, pela Depressão Sertaneja
E que se chama rio São Francisco
E que é alimentado pelas águas do Cerrado
Mas, que tem uma elite econômica e política que vê as florestas e as águas como inimigas
Que para produzir tem que destruir
Ou acha que riqueza é soja, boi e eucalipto, mas não a água, as florestas e sua biodiversidade
Que faz obras hídricas faraônicas, mas é incapaz de lançar um olhar sobre o manancial de onde essa água sai
Ou faz a água faltar nas casas e torneiras do povo
Que insiste em privatizar os mananciais ou o uso da água
Que polui seus rios e esgota seus aquíferos
Esse país merece a observação de um Papa argentino chamado Francisco: “O criador foi pródigo com o Brasil. Concedeu-lhe uma diversidade de biomas que lhe confere extraordinária beleza. Mas, infelizmente, os sinais da agressão à criação e da degradação da natureza também estão presentes”
Esse país precisa de uma profunda conversão ecológica. E desenvolver uma nova cultura da água.