Obra do artista Pedro Francisco Martínez tem 4,6 metros de altura.
Por Agência ANSA
Uma estátua do papa Francisco foi instalada na fronteira entre o México e os Estados Unidos, mais precisamente, em Ciudad Juárez. O local foi visitado pelo líder católico há um ano e foi palco da celebração de uma missa tanto para os moradores mexicanos como norte-americanos.
A obra do artista Pedro Francisco Martínez, de acordo com a Rádio Vaticano, tem 4,6 metros de altura e foi inaugurada na última sexta-feira (17) em uma cerimônia que incluiu uma orquestra formada por 120 jovens músicos. Houve ainda uma missa celebrada pelo bispo local, monsenhor José Guadalupe Torres.
"É um símbolo de amor, bondade e solidariedade", explicou o artista.
Martinez destacou que ela foi colocada em El Punto, o local que marca exatamente a fronteira entre as nações. "É um símbolo de amor, bondade e solidariedade. O braço esquerdo está paralelo ao Rio Bravo para que lance uma mensagem de esperança e nos una com El Paso", disse Martínez ao se referir ao rio que divide as duas cidades.
De acordo com o artista, a estátua lembra que as duas cidades - Ciudad Juárez e El Paso - "são unidas e que não devem ser separadas nem por um muro nem por um rio" porque a "comunidade humana não tem fronteiras".
Ele ainda lembrou o entusiasmo dos moradores, que queriam contribuir para a construção do monumento. Por isso, foram recolhidos cerca de 300 quilos de chaves doadas pela população. O metal foi fundido e transformado em parte da estátua.
A estátua foi inaugurada em um momento difícil para os mexicanos, já que o novo presidente dos EUA, Donald Trump, ordenou a construção de um muro por toda a fronteira entre as duas nações para frear a entrada de imigrantes ilegais.
Além disso, por causa da exigência do republicano de que os mexicanos devem pagar pela construção, uma visita do presidente do país, Enrique Peña Nieto, foi cancelada.
Francisco não chegou a se pronunciar após a decisão de Trump de construir o muro, mas o presidente do Pontifício Conselho de Justiça e Paz, cardeal Peter Tusk, admitiu que a Santa Sé "está preocupada" com a construção da barreira. Durante sua viagem ao país, o Papa havia destacado que construir muros e não pontes não era algo cristão.