No domingo, 16 de outubro, Francisco canonizará sete novos santos.
Por Assessoria de Imprensa
O Papa Francisco vai canonizar domingo, dia 16 de outubro, uma importante figura do catolicismo na Argentina, o padre José Gabriel del Rosario Brochero. Morto em 1914, Brochero era conhecido carinhosamente como o padre “gaúcho” — como são chamados os antigos moradores das áreas rurais da Argentina, Uruguai e do Sul do Brasil — e circulava pelas remotas e pobres regiões do país em cima de uma mula para chegar até os fiéis. Diz-se inclusive que a lepra, doença que o levou à morte, foi contraída a partir do contato com um devoto.
Nascido em 1849 na província de Córdoba, Brochero foi um dos mais famosos católicos argentinos na juventude de Francisco. O “padre gaúcho” foi beatificado em 2013, depois do Papa Bento XVI certificar um milagre atribuído à sua intervenção. O primeiro papa argentino da história decretou sua canonização no início do ano e, neste domingo, irá celebrar a santificação de um total de sete pessoas em uma das últimas missas multitudinárias do Ano Santo da Misericórdia.
Quando Brochero foi beatificado em 2013, Francisco enviou uma carta aos bispos argentinos afirmando que o padre tinha o “odor do rebanho”, uma frase que costuma usar para descrever o seu pastor ideal: aquele que acompanha os fiéis nos altos e baixos da vida. Foi beatificado pois salvou um bebê argentino de 11 meses. Nicolás Flores sofreu um acidente de carro com a família e perdeu metade da massa cerebral. Quando foi socorrido sofreu três paradas cardíacas. A mãe, devota de Brochero pediu sua intercessão e foi atendida.
“Ele nunca se manteve no escritório paroquial, ele subia na sua mula e ia embora encontrar pessoas como um padre da rua — a ponto de contrair lepra”, escreveu Francisco.
O papa, que como Brochero e a maior parte dos argentinos adora o chá de mate, incentiva que os sacerdotes se dirijam às periferias para encontrar almas machucadas e trazê-las para a misericórdia de Deus. O próprio Francisco já viajou para os cantos mais esquecidos do mundo para ministrar a fé e, como arcebispo de Buenos Aires, era conhecido por usar o transporte público e visitar as áreas pobres da cidade para celebrar missas para prostitutas e viciados em drogas.
Outro paralelo compartilhado pelos dois argentinos é a espiritualidade de Brochero, profundamente enraizada nos exercícios espirituais jesuítas, tão caros a Francisco. Assim como o “padre gaúcho” liderava os fiéis na realização de exercícios de Santo Inácio de Loyola, também o faz Francisco, que leva anualmente toda a hierarquia do Vaticano a um retiro fora de Roma.
Além de Brochero, serão canonizados o francês Salomon Leclercq (1745-1792), o mexicano José Luís Sánchez del Río (1913-1928), o espanhol Manuel González García (1877-1940), o italiano Ludovico Pavoni (1784-1849), o italiano Alfonso Maria Fusco (1839-1910) e a francesa Elisabeth Catez Rolland, conhecida em português como Isabel da Trindade (1880-1906).