Madre Teresa, patrimônio referencial

Que esta incansável agente de misericórdia nos ajude a entender mais e mais que o nosso único critério de ação é o amor gratuito, livre de qualquer ideologia e de qualquer vínculo, e que é derramado sobre todos sem distinção de língua, cultura, raça ou religião.

Por Geovane Saraiva*

A canonização da Madre Teresa pelo Papa Francisco em 4 de setembro de 2016, por ocasião do 19º aniversário de sua morte, é causa de grande alegria e júbilo para os cristãos e para as pessoas de boa vontade do mundo inteiro. Como é admirável seu coração grande, nos generosos gestos e atitudes, quando, ao se expressar, indicava para os seguidores, na proposta do Reino de Deus, o valor inexprimível das boas obras: “As mãos que fazem valem mais que os lábios que rezam”.

5566teresadecalcutaPor se tratar de uma dadivosa figura humana e patrimônio universal, não só referencial, mas totalmente identificada e configurada com Jesus de Nazaré, que se fez pobre, fiel e obediente até à morte, e morte de cruz, Santa Teresa de Calcutá nos ajude a compreender sempre mais a poderosa e misteriosa força transformadora do amor.

O momento é favorável e apropriado, no sentido de guardar na mente e no coração o dom maravilhoso da vida de Madre Teresa, tendo como prioridade a defesa da vida humana, mas dentro do contexto da misericórdia, em alguns pensamentos: “Todas as nossas palavras serão inúteis, se não brotarem do fundo do coração. As palavras que não dão luz aumentam a escuridão”; “Por vezes sentimos que aquilo que fazemos não é senão uma gota de água no mar. Mas o mar seria menor se lhe faltasse uma gota”; “Qual é o lugar da criatura humana? Onde os seus irmãos precisarem dela”.

O Papa Francisco, no final da sua homilia de canonização de Santa Teresa de Calcutá, assim se manifestou: “Que esta incansável agente de misericórdia nos ajude a entender mais e mais que o nosso único critério de ação é o amor gratuito, livre de qualquer ideologia e de qualquer vínculo, e que é derramado sobre todos sem distinção de língua, cultura, raça ou religião”.

Inspirado neste pensamento da Madre Teresa: “Talvez não fale a língua deles, mas posso sorrir”, o Santo Padre desafiou-nos: “Ofereçamos a quem encontremos no nosso caminho, especialmente àqueles que sofrem. Assim abriremos horizontes de alegria e de esperança numa humanidade tão desesperançada e necessitada de compreensão e ternura”.

Aprendamos de sua alma grandiosa, quando ela afirma: “É fácil amar os que estão longe, mas nem sempre é fácil amar os que vivem ao nosso lado”, ensinando-nos em profundidade o sentido original do verdadeiro amor. Assim seja!"

*Geovane Saraiva é pároco de Santo Afonso e vice-presidente da Previdência Sacerdotal, integra a Academia Metropolitana de Letras de Fortaleza - geovanesaraiva@gmail.com

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