Francisco chega amanhã a Assis para participar da cerimônia conclusiva do Encontro inter-religioso pela paz entre os povos.
Por Rádio Vaticano
A cidade italiana de Assis aguarda o Papa Francisco nesta terça-feira (20) para participar da cerimônia conclusiva do Encontro Inter-religioso pela paz entre os povos promovido pela Comunidade de Santo Egídio. O Santo Padre vai abraçar os representantes das Igrejas e das religiões mundiais que, neste ano, estão unidos ao tema “Sede de Paz: religiões e culturas em diálogo”.
O evento, que reúne mais de 450 líderes do mundo, foi inaugurado no domingo (18) com a presença do presidente da Itália, Sergio Mattarella, que afirmou: “o diálogo pode muita coisa, mais do que se imagina”. Na intervenção do Patriarca Ecumênico de Constantinopla, o convite da Igreja ortodoxa a não ter medo do diálogo. Bartolomeu I também indicou os cinco caminhos para preservar a paz: o amor, a justiça, o perdão, o discernimento sobre a verdade e o respeito.
“O diálogo precisa de equilíbrio. Não submisso, mas sobretudo que não tire os interlocutores da sua própria natureza. Isso é conhecimento recíproco; é interconexão e mais sincretismo cultural e religioso (...). Os nossos grandes pais da Igreja nunca tiveram medo do diálogo com o ambiente espiritual da sua época, nem com os filósofos pagãos daquele tempo. Dessa maneira influenciaram e educaram a civilização da sua época e nos entregaram realmente uma Igreja ecumênica.”
Pluralidade, diversidade e respeito
Hebreus e muçulmanos condenaram o terrorismo e falaram de pluralismo, diversidade e respeito. Todos confirmaram que a violência não tem nada a ver com a religião e analisaram três pontos de reflexão, sustentados pelo Santo Padre, do sociólogo polonês Zygmund Bauman: a “promoção da cultura do diálogo para reconstruir o tecido da sociedade”, a igualdade na “distribuição dos frutos da terra” e o ensinamento da cultura do diálogo aos jovens para então “fornecer instrumentos para resolver os conflitos em maneira diversa daquela que estamos acostumados”.
Fé e amor de Deus em meio ao terrorismo
O arcebispo francês de Rouen, Dominique Lebrun, lembrou do assassinato do Pe. Jacques Hamel, em plena missa, por parte de dois que se diziam de “fé islâmica”. Ele citou várias vezes o Evangelho e o amor de Deus que sempre estará pronto para perdoar. E contra qualquer barreira fez menção ao final do mês de julho quando, como uma “grande família humana”, muitos muçulmanos participaram das “assembleias de domingo” na igreja católica.
O conselheiro político do Grão-Mufti do Líbano, o sunita Muhammad al-Sammak, acrescentou que “as relações entre religiões diferentes não podem se basear na eliminação, como hoje faz o autoproclamado Estado Islâmico, mas sobre a fé no pluralismo e na diversidade”.