Ao final da Audiência Geral desta quarta-feira, 3 de agosto, o Papa Francisco disse ao Presidente da Conferência Episcopal, o Arcebispo do Panamá, Dom José Domingo Ulloa, que ele tinha em mãos um grande desafio, mas que não devia temer, “pois sabemos que vocês juntos, com a ajuda de toda a região, levarão em frente este grande encontro da juventude”.
Em um encontro com os jornalistas, o prelado afirmou que a Jornada Mundial da Juventude de 2019 é “um projeto de país”, em que não faltarão noites animadas, “bailecitos” cristãos e cumplicidade com a cultura indígena e africana.
Projeto do país
“Este é um projeto do país. Queremos que seja do país, porque a Igreja como tal - sejamos muito honestos - não pode levá-lo sozinha (em frente)”, reconheceu. O Arcebispo explicou que contam com a ajuda do Governo, “que vai facilitar toda esta infraestrutura necessária para uma JMJ, para que realmente possa dar os verdadeiros frutos”.
Dom José Domingo Ulloa destacou que “o Panamá tem algo de muito especial”, que é a sua conexão terrestre, aérea e marítima, um elemento que na sua opinião “pesou muito” - junto à recente ampliação do Canal – na hora de escolher o país como sede da próxima Jornada.
JMJ entre janeiro e março?
Também participaram da coletiva de imprensa Dom Jose Luis Lacunza, Cardeal e Bispo de David (oeste panamenho), que reconheceu que se está pleiteando para que o evento seja realizado entre janeiro e março, na temporada seca, ao invés de julho, “já que neste mês chove muito”.
Dom Ulloa sublinhou que agora é hora de formar a equipe e começar a trabalhar e “sonhar” as infraestruturas, as áreas destinadas ao acampamento e a fazer contato com as famílias que “já estão entusiasmadas em poder acolher os jovens”.
Renovação para a região
O Arcebispo expressou seu desejo de que a JMJ seja como “um bálsamo e um ar fresco para toda a região latino-americana e centro-americana”, confiando o evento ao Beato salvadorenho Óscar Arnulfo Romero e a Santa Maria, em Antigua, naquele que é o primeiro local de devoção mariana em terra firme do continente americano.
O Arcebispo do Panamá antecipou que na programação do evento não faltarão “os bailes, os vestidos típicos, a realidade indígena e afro”, e desejou que “as noites serão muito animadas”, com cenários “muito naturais e arejados”.
Estado sem Exército
O Panamá é um Estado sem Exército, o que suscitou questionamentos a respeito da segurança. Neste sentido, o prelado recordou que o país já organizou eventos de nível, como a Cúpula das Américas. No entanto, adiantou que será pedida ajuda aos países limítrofes.
Oportunidade para os jovens
No entanto – ressaltou Dom Ulloa – quem é chamado a levar em frente este projeto são os jovens. A JMJ – de fato - já desde a sua preparação, constitui-se “em uma oportunidade” para os jovens da América Central, para sair “da exclusão e da marginalidade”, e livrarem-se “das garras do narcotráfico e do tráfico de pessoas”, completou.