Que o Espírito Santo possa mexer com os corações e consciências dos seres humanos, agindo na Igreja, nos cristãos e nas pessoas de boa vontade em geral, fazendo-as diferenciadas pela força criativa do amor e do testemunho.
Por Geovane Saraiva*
O mundo fecundado é cheio de graças só a partir do amor desinteressado, do amor que é dom, que é graça. Temos o fundamento na palavra de Deus, que, pedagogicamente, quer animar e vivificar os corações dos fiéis, convocando-os a levar adiante a desafiante tarefa, iniciada por Jesus de Nazaré, quando, ao subir ao Pai, prometeu-nos solenemente o Espírito Santo: “Eis que Eu estou convosco todos os dias até o fim do mundo” (Mt 28, 20). Estejamos sempre mais convencidos de que vida nova, segundo a vontade de Deus-Pai, só mesmo com o Espírito Santo de Deus.
Como vencer, porém, o medo que parece crescer entre nós, no sentido de dizer não à criatividade, ao imobilismo ou mesmo à saudade de um cristianismo dos tempos antigos? Urge sempre mais a certeza de que o Espírito Santo prometido por Jesus é a própria vida de Deus, causando-nos um novo impulso e um florescimento maravilhoso e responsável. Que o Espírito Santo possa mexer com os corações e consciências dos seres humanos, agindo na Igreja, nos cristãos e nas pessoas de boa vontade em geral, fazendo-as diferenciadas pela força criativa do amor e do testemunho.
É possível se vislumbrar um mundo melhor e reconciliado, no amor e na ternura de Deus, a partir das palavras de exortação do Santo Padre, o Papa Francisco, no convite aos fiéis, ao asseverar: “Deixar-se guiar pelo Espírito Santo, que nos ensina o caminho da verdade, torna-nos cristãos reais, e não virtuais, fazendo de cada cristão uma pessoa diferente da outra, e de todos juntos faz a unidade. O Espírito Santo é aquele que leva adiante, escancara as portas e convida a testemunhar Jesus” (09/05/2016). É Jesus a nos dizer que temos que ultrapassar todo tipo de empecilho, em meio a tribulações e sofrimentos, pela esperançosa mística do testemunho: “Vós chorareis e vós lamentareis, mas o mundo se alegrará; vós ficareis tristes, mas a vossa tristeza se transformará em alegria” (Jo 16, 20).
Dentro de uma perspectiva acolhedora, na busca da conversão permanente e da infinita bondade de Deus, de coração aberto ao seu amor misericordioso, coloquemo-nos em estreita sintonia com a linguagem do Espírito Santo de Deus, na diversidade de dons e carismas, na promessa de renovar a face da terra.