As irmãs, Servas da Caridade, da Congregação de Madre Teresa, foram mortas em suposto ataque do Estado Islâmico, dia 4 de março.
Por Rádio Vaticano
O Papa Francisco afirmou domingo, 6 de março, que as quatro religiosas assassinadas com outras 12 pessoas em um ataque a uma casa de idosos no Iêmen são também “vítimas da globalização da indiferença à quem nada importa”.
Após a habitual oração dominical do Angelus, Francisco expressou sua proximidade às Missionárias da Caridade, congregação fundada por Madre Teresa de Calcutá, da qual as quatro irmãs, enfermeiras, eram membros.
“Rezo por elas e pelas outras pessoas mortas no ataque, e por seus familiares. Que Madre Teresa acompanhe ao paraíso estas suas filhas mártires da caridade e interceda pela paz e o sagrado respeito da vida humana”.
A seguir, Francisco afirmou que “estes são os mártires de hoje” e lamentou que “não aparecem nas capas dos jornais e nem são notícia”.
“Estas religiosas deram seu sangue pela Igreja. Foram mortas pela indiferença, por esta globalização da indiferença a quem não nada importa”.
Sábado (05/03), por meio do Secretário de Estado, Cardeal Parolin, Francisco enviou uma mensagem de pesar à Congregação, manifestando sua profunda tristeza e qualificando o ataque como uma “violência insensata e diabólica”.
Ataque terrorista
Extremistas armados do autoproclamado Estado Islâmico teriam atacado o convento da Congregação fundada por Madre Teresa de Calcutá na cidade de Áden, no sul do Iêmen, na manhã da sexta-feira (04/03). Quatro irmãs Missionárias da Caridade e outros 10 colaboradores locais da comunidade foram mortos.
Duas das missionárias mortas eram de Ruanda, outra da Índia e a quarta do Quênia. A superiora do convento conseguiu escapar com vida, como também todos os idosos e deficientes que eram hospedados e atendidos na comunidade.
No entanto, os extremistas teriam sequestrado o Padre Tom Uzhunnalil, sacerdote salesiano indiano que vivia na estrutura e que, durante o ataque, estaria rezando na capela. Padre Tom estava no convento desde que sua igreja da Sagrada Família em Áden foi roubada e queimada por homens armados não-identificados no mês de setembro.
Para o vigário apostólico da Árabia Meridional, Dom Paul Hinder, que foi quem deu a notícia, o “sinal é claro: se trata de alguma coisa ligada com a religião”. “A gente sabia que a situação estava difícil e que as irmãs, que no passado foram objeto de ataques mirados, corriam um certo risco”, comentou o vigário.
Todavia, acrescentou Dom Paul, “elas tinham decidido de ficar independente de qualquer coisa que acontecesse, porque faz parte da espiritualidade delas. De resto, estava claro que ‘a região não estava segura’”, finalizou o vigário.