Retiro organizado pelos missionários da Consolata durante o carnaval mobiliza comunidade e paróquia no Rio de Janeiro.
Por Victor M. Wafula e Paula Regina*
Sábado e domingo de carnaval, dias 6 e 7 de fevereiro. Muitos pulavam e se divertiam... porém, outros preferiram participar de um retiro espiritual na comunidade Sagrado Coração de Jesus no Bairro de Citrópolis, na paróquia de Senhor do Bonfim, Engenheiro Pedreira, Japeri, Rio de Janeiro. Membros de outras comunidades pertencentes à paróquia, tais como São Francisco de Assis, Cristo Rei, Santa Terezinha, e comunidade da matriz, entre outras, também vieram. Estava presente a banda de música, Angelus Dei, da diocese de Duque de Caxias.
O retiro teve como tema “Curados para amar” e foi ao longo dessa temática que as reflexões foram feitas. Jesus derramou não uma gota de sangue para nos salvar, mas se doou por inteiro e sem reservas, fazendo da sua vida um dom de amor em prol dos irmãos. No entanto, salvos pelo sacrifício expiatório e redentor do filho de Deus, somos chamados a segui-lo, amando-nos mutuamente, e principalmente aos que mais necessitam. Para tal, é preciso que morramos aos nossos pecados de egoísmo, de autossuficiência, de orgulho, para que Jesus seja exaltado em nós.
Logo após a oração inicial, o padre Victor Wafula tomou a palavra e conduziu a comunidade, baseando-se na carta de Tiago (Tg 3, 1-12), a refletir sobre os conflitos que surgem na nossa vivência, fruto de nossas atitudes rígidas, indiferença, e sobretudo, falar sem considerar o ouvinte. O trecho é uma advertência aos cristãos frente aos problemas e desafios dentro do convívio social. Tais conflitos são indissociáveis da vida do dia a dia. Entretanto, é de nobre importância não perder a visão da existência dos conflitos, discórdias etc., devido a falta de compreensão, egoísmo, palavras mal colocadas que machucam e ferem a dignidade do ser humano, assim desfigurando a imagem sagrada de Deus em cada homem e em cada mulher. O cuidar da nossa língua é também cuidar do outro, pois a palavra falada tem um poder tremendo e se não tivermos o cuidado devido, podemos causar um estrago inimaginável.
Recomenda-se que tenhamos o cuidado no falar, para que, da nossa boca possam sair palavras de louvor ao Senhor e que também constroem e edificam o outro. Dessa forma, confirmamos e vivemos a nossa identidade cristã, sem correr o risco de viver a duplicidade da mesma. À luz do tema “curados para amar”, constata-se que o batismo nos configura à pessoa de Jesus Cristo e por esse motivo, a nossa vida tem que se assemelhar a dele. Trilhar os passos de Jesus é aprender a carregar a nossa cruz dia após dia; pois a cruz, nos leva não ao fracasso, à queda, à morte mas nos conduz à vitória, ao triunfo, à vida.
“A família tem um valor fundamental para todos nós, ela é a primeira Igreja dentro da qual deve se ensinar e viver os valores cristãos.” Com estas palavras ou neste sentido, o diácono Edilson fez uma apresentação do lugar que a família deve ocupar na vida de todos, frisando o dever dos filhos obedecer os pais, e a eles dar o respeito que lhes é devido. Por meio da famosa história dos três conselhos, Sandra, a esposa do diácono, sublinhou a importância de fazer discernimento antes de tomar qualquer decisão, seja qual for, pois ela pode ter consequências avassaladoras e irreversíveis.
O dia foi encerrado com a celebração Eucarística presidida por Dom Luciano, em companhia de um diácono permanente. Na Missa, Dom Luciano falou do Ano da Misericórdia, ressaltando a necessidade da Igreja se abrir mais, para que todos tenham oportunidade de viver o amor e a misericórdia de Deus, com um destaque especial à juventude. O domingo caracterizou-se pela pregação na parte da manhã por Ivanilda, membro da comunidade, as confissões e a missa de encerramento na parte da tarde.
Que todos tenhamos uma vida de louvor a Deus e ao irmão.