Continuem a atuar a fim de que o espírito da missão ad gentes anime o caminho da Igreja e ela saiba sempre escutar o grito dos pobres e dos mais distantes, encontrar todos e anunciar a alegria do Evangelho”, disse Francisco, completando: “A missão renova a Igreja, fortalece a fé e a identidade cristã, e dá novo entusiasmo e motivações
Por Rádio Vaticano
Foto: ANSA
A Sala Clementina, no Vaticano, ficou repleta na manhã desta quinta-feira (03/12), quando os participantes da Assembleia Plenária da Congregação para a Evangelização dos Povos (CEP) se reuniram para uma audiência com o Papa Francisco.
Cerca de 160 pessoas entre cardeais, bispos, funcionários e colaboradores deste departamento, estão debatendo nestes dias a situação de seu trabalho na missio ad gentes e as perspectivas para o futuro. O Papa, recém-chegado de sua primeira peregrinação à África – esteve no Quênia, em Uganda e na República Centro-africana – se dirigiu ao grupo, elogiando a presença da Igreja junto àquele povo ferido e carente, a quem leva sua obra de caridade e promoção humana.
O mundo de hoje, embora saiba receber os valores do Evangelho como o amor, a justiça, a paz e a sobriedade, nem sempre é disponível a acolher a pessoa de Jesus e a experiência de fé. Por isso, e para entender como tornar as missões ad gentes mais eficazes, a Congregação realizou nos últimos meses uma pesquisa sobre a vitalidade das jovens Igrejas.
Francisco, em seu discurso, lembrou aos evangelizadores que a missão é uma força capaz de transformar a Igreja dentro dela mesmo, antes da vida dos povos e das culturas. Convidou as paróquias a assumirem o estilo da missão ad gentes, pois assim, o Espírito Santo transformará os fiéis habituais em discípulos, os e os discípulos desapegados em missionários, projetando-os até ‘os confins do mundo’. E exortou para que a abordagem kerigmática à fé, tão familiar nas jovens Igrejas, ganhe espaço também nas de antiga tradição.
“Continuem a atuar a fim de que o espírito da missão ad gentes anime o caminho da Igreja e ela saiba sempre escutar o grito dos pobres e dos mais distantes, encontrar todos e anunciar a alegria do Evangelho”, disse Francisco, completando: “A missão renova a Igreja, fortalece a fé e a identidade cristã, e dá novo entusiasmo e motivações”.
“Todas as Igrejas, quando se limitam a seus próprios horizontes, correm o risco de se atrofiar e se apagar”, sublinhou. “Saiamos de nossos recintos, emigremos dos territórios aonde somos tentados de nos fechar; só assim seremos capazes de caminhar e semear além, mais além. A Igreja vive e cresce ‘em saída’, tomando iniciativas e ‘chegando perto’ dos mais distantes”.
O Papa encerrou seu discurso enaltecendo a maturidade da Igreja na cooperação e ao ‘dar e receber’ sacerdotes a Igrejas-irmãs, em todo o mundo.
A delegação da CEP foi encabeçada pelo Cardeal-Prefeito, Fernando Filoni, e, membro desde setembro de 2014, também estava presente na audiência o arcebispo do Rio de Janeiro, Cardeal Orani Tempesta.