Em visita ao continente africano, de 25 a 30 de novembro de 2015, papa Francisco cumprimenta os menos favorecidos de forma inédita. Será que somos humildes para aprender com ele?
Por Joseph Onyango Oye*
Muito tem sido dito sobre o papa Francisco em sua visita à África, especialmente sobre sua mensagem e Carisma. No entanto, há fotos que circulam na internet sem percebermos os significados ou as mensagens subliminares que trazem. Refiro-me às fotos tiradas enquanto o papa cumprimentava os menores durante seus encontros com os jovens no Quênia e na África Central. Vamos dar uma olhada na foto abaixo.
Em quase toda as tribos africanas, especialmente as da região subsaariana, há uma postura definida de apertar as mãos de uma pessoa idosa ou um dignitário. Isso é, o menor inclina-se um pouco e depois oferece a mão direita, suportando-a com a esquerda. Você deve ter observado esse gesto entre os africanos, na maioria dos casos, especialmente quando cumprimentam aqueles membros respeitados da sociedade, ou os mais velhos.
O papa Francisco reverteu esse papel e surpreendeu a muitos. Para aqueles que entenderam isso, foi algo "inédito" entre os líderes, políticos, chefes, líderes religiosos africanos e que dizer dos presidentes. Pode-se perguntar: "será que o Papa entendia o significado desse gesto?" Olha. Ele nunca fez isso com os presidentes, ou o clero ou até mesmo os dignitários, mas repetidamente fez isso para os jovens e os menos afortunados em Nairóbi, Uganda e África Central. E por que só com eles?
Bergoglio sempre nos desafia, fazendo alguns gestos diferentes, que não podemos deixar passar despercebidos. É simples. O papa expressou-se como um líder religioso que é ao mesmo tempo um servo, tornando-se como um dos mais pequenos, aos quais Jesus se refere no Evangelho de Mateus, capítulo 18.
Sempre que os mais pequenos da África se aproximavam dele com essa postura, ele retribuía da mesma forma. Se perguntarmos aos líderes africanos, eles vão responder que "é inédito na Cultura Africana" que um dignitário tenha apertado a mão de um menor dessa forma.
Minha pergunta é: "Será que somos humildes para aprender com Bergoglio?"