Povos indígenas no encontro pan-amazônico

Encontro da Rede Eclesial Pan-Amazônica - REPAM reflete sobre experiência dos povos indígenas na construção de um futuro em harmonia com a natureza. O encontro vai até amanhã, 18, em Bogotá, Colômbia.

Por Júlio Caldeira

O encontro da Rede Eclesial Pan-Amazônica (REPAM) começou ontem, dia 16 de novembro, em Bogotá, Colômbia e no primeiro dia, a partir de uma mesa de diálogo, os povos indígenas partilharam suas experiências para construir outro modelo de futuro em harmonia com a natureza, propondo alguns ensinamentos para o serviço de acompanhamento da Igreja junto a eles.

A partir da experiência vivida na vida de seu povo, Patricia Gualinga, líder da comunidade Kichwa de Sarayaku (Equador), partilhou a proposta de um modelo alternativo de vida chamado Sumak Kawsay (Bem Viver), a partir da identidade ancestral do povo Sarayaku, seu processo de resistência e o chamado da Igreja a uma conversão para uma ecologia integral.

Armindo Goes Melo, diretor de Hutukara (Yanomami - Brasil), apresentou a cosmovisão do povo IMG_6334menorYanomami e seu modelo de harmonia com a natureza, seu processo de construir alternativas de futuro e a expectativa que tem no acompanhamento da Igreja.

Por fim, pela impossibilidade de que Aides Ortiz, líder do povo Mujeño Trinitário da Bolívia pudesse chegar à Colômbia por problemas de transporte, Juan Carlos Velázquez, da Pastoral Social - Cáritas Bolívia, partilhou sobre a proposta de outro modelo de desenvolvimento das Mulheres Indígenas da Bolívia, a partir da resistência no caso da abertura da rodovia do TIPNIS.

A visão geral dos participantes foi que a partilha favorece um mútuo conhecimento e o diálogo entre os povos indígenas e a Igreja neste caminho de defesa da vida na Amazônia, para que tenhamos uma autêntica evangelização “com rosto amazônico”, como pediu o papa Francisco no encontro com os bispos no Brasil em 2013, e está insistindo na encíclica Laudato Sí. A ecologia vista pela fé nos convida a não sermos mornos, nos pede valentia para dar resposta às mudanças climáticas e ter uma forma de vida mais consciente com o único planeta que temos, que nos dá vida e que Deus nos entregou.
O encontro da REPAM termina amanhã, dia 18 de novembro.

(CC BY 3.0 BR)

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