Síria: Arcebispo católico alerta para uma "tragédia sem fim à vista".

Por Ecclesia

Guerra já obrigou milhões de sírios a fugir do país e os que ficam só podem «enterrar os seus mortos», diz D. Samir Nassar
O arcebispo maronita de Damasco diz que o povo sírio vive uma "tragédia sem fim à vista", diariamente sujeito a "bombardeamentos indiscriminados" que já mataram mais de 200 mil pessoas, entre as quais 11 mil crianças.

Numa carta veiculada pela Fundação Ajuda a Igreja que Sofre, D. Samir Nassar frisa que a guerra que persiste no país é como uma "roleta russa sempre imprevisível" mas neste caso, com consequências cada vez mais conhecidas e dramáticas.

Ainda no último domingo, conta o prelado católico, "uma chuva de morteiros" caiu nas proximidades da sua igreja, dois deles atingindo o topo do templo, que apesar dos danos manteve-se de pé.

No entanto, a comunidade vizinha de rito latino não teve a mesma sorte, já que 9 pessoas morreram e outras 47 ficaram feridas.

"Estamos a falar de pessoas inocentes, pobres. Pessoas que não têm possibilidades de sair do país ou de escapar aos combates", realça D. Samir Nassar.

Segundo os últimos dados avançados pela Fundação Ajuda a Igreja que Sofre, devido à guerra quase 8 milhões de sírios vivem hoje como refugiados no seu próprio país.

Por outro lado, outros quatro milhões tiveram de abandonar a nação em busca de segurança no exterior, e estão hoje espalhados por campos de refugiados em nações como o Iraque, o Líbano, a Jordânia, o Egito e a Turquia.

Os que ficam, descreve o arcebispo maronita de Damasco, "enterram os seus mortos sem sequer poderem tratar dos feridos porque lhes faltam meios e conhecimentos".

Nada serve de consolação diante de uma "violência cega" e de um "fanatismo assassino" que leva "crianças, amigos e vizinhos".

"Relíquias de mártires, sementes de fé, diante das quais as pessoas se entregam a uma oração silenciosa", descreve D. Samir Nassar.

 

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