Apresentada no Vaticano a Rede Eclesial Pan-Amazônica

Assessoria de Imprensa

Na Sala de Imprensa da Santa Sé, realizou-se dia 2 de março, a coletiva de imprensa de apresentação da Rede Eclesial Pan-Amazônica, (REPAM), nascida em setembro de 2014, em Brasília, por ocasião de um encontro entre bispos que incluem em seu território regiões amazônicas, sacerdotes, missionários e missionárias de congregações que trabalham na Floresta Amazônica, representantes de algumas Caritas nacionais e leigos pertencentes a várias estruturas da Igreja.

A criação da Rede (www.redamazonica.org) foi inspirada das palavras do papa Francisco à JMJ Rio2013, e pelos ensinamentos de Aparecida sobre uma custódia responsável e sustentável de um dos últimos pulmões do planeta.

Tomaram parte da coletiva o cardeal Peter Kodwo Appiah Turkson, presidente do Pontifício Conselho da Justiça e da Paz; dom Pedro Ricardo Barreto Jimeno, arcebispo de Huancayo e presidente do Departamento Justiça e Solidariedade do Conselho Episcopal Latino-americano; O senhor Michel Roy, secretáio Geral da Caritas Internationalis e o senhor Mauricio López Oropeza, secretário Executivo da Rede Eclesial Pan-Amazônica.

O cardeal brasileiro Cláudio Hummes, O.F.M, Presidente da Comissão para a Amazônia da Conferência Episcopal do Brasil, impossibilitado de estar presente, enviou uma áudio-mensagem.

"O Pontífice nos encorajou fortemente nesta direção", disse o cardeal brasileiro na mensagem. "O desmatamento crescente em andamento há tanto tempo, os grandes projetos agro-alimentares, as centrais hidrelétricas, a extração do petróleo e de outras riquezas minerais, as monoculturas e as mudanças climáticas, colocam em grande risco o ambiente natural, a dignidade e a auto-determinação da população, de modo especial os indígenas e os habitantes pobres nas margens dos rios, dos campesinos, dos afrodescendentes e até mesmo dos habitantes pobres das cidades locais. Por isto a Igreja na Amazônia que unir-se em rede para somar os esforços, para encorajar-se reciprocamente e ter uma voz profética mais significativa a nível internacional, quando a Amazônia e o seu povo estiverem em questão".

Na mesma linha, pronunciou-se também o cardeal Peter Turkson, presidente do Pontifício Conselho para a Justiça e a Paz:

"Está em jogo a defesa da vida de várias comunidades que, somadas, representam mais de 30 milhões de pessoas. Elas são ameaçadas pela poluição, pela radical e rápida mudança do ecossitema do qual dependem e pela falta de tutela de fundamentais direitos humanos. Se poderia também acrescentar certos desejos de experiências nesta zona, na floresta, de forma escondida aos olhos do mundo".

A vastidão da região amazônica - seis milhões de quilômetros quadrados, que envolvem Guiana, Suriname e Guiana Francesa, Venezuela, Equador, Colômbia, Bolívia, Perú e Brasil - impõe um compromisso novo, afirmou o Presidente do Departamento de Justiça e Solidariedade do Conselho Episcopal Latino-americano, o bispo de Huancayo, Perú, dom Pedro Ricardo Bareto Jimeno:

"A REPAM é algo que vai além de uma simples rede digital: é o encontro entre pessoas diversas, no amplo território amazônico. A REPAM foi criada como uma resposta de Deus, orgânica e articulada, para esta necessidade sentida e urgente de proteger a vida das pessoas, para que vivam em harmonia com a natureza. Existe uma vasta e variegada presença de membros e grupos da Igreja, que foram e que estão presentes como agentes pastorais na Pan-amazônia. Reafirmamos o que diz o Papa Francisco: a Igreja não está presente na Amazônia como aqueles que já tem as malas prontas para ir embora, após tê-la explorado. Desde o início está presente com missionários, congregações religiosas, bispos, sacerdotes e leigos e a sua presença é fundamental para o futuro da região. Por isto, a Rede Eclesial Pan-Amazônica é chamada a ser uma verdadeira experiência de fraternidade, uma caravana solidária e uma peregrinação sagrada para responder de modo eficaz e orgânico ao grito do povo amazônico presente e futuro".

Mauricio López, Secretário Executivo da REPAM, falou sobre os objetivos da Rede:
"A ideia é a de promover um trabalho conjunto. Não podemos nos dar ao luxo de trabalhar de forma fragmentária. Se este desafio consegue chegar ao fundo de nosso coração, a resposta deve ser conjunta na Igreja e também com os outros. Portanto é necessário antes de tudo um consenso eclesial, que é o que a REPAM quer animar. Focamos a promoção integral da pessoa: os nossos projetos tratam temáticas primárias que dizem respeito à ecologia, que às vezes é tratada como se fosse uma moda ou algo passageiro. Devemos pensar integralmente, porque o desafio é comum. Depois, a opção preferencial pelos pobres e pelos excluídos, que Papa Francisco nos indica com força; a defesa dos direitos humanos, que envolve a todos, também como sociedade; e a reflexão profunda sobre uma realidade que tem sim uma urgência hoje por este território, mas que tem também uma urgência futura, que diz respeito a todos".

Fonte: Rádio Vaticano

Fonte: www.pom.org.br

Deixe uma resposta

15 + onze =