Steven Ngari
"Como é bom, como é suave os irmãos viverem juntos" Sl 133,1.
Domingo, 7 de setembro, dia em que se faz memória do grito de independência do Brasil, proferido por Dom Pedro I no ano 1822, líderes de diferentes religiões e denominações reuniram-se na Catedral da Sé, centro da capital paulista, para rezar pela paz no Oriente Médio.
Às 16h30 houve a acolhida de todos os presentes e em seguida o coral da Catedral entoou a Oração de São Francisco, dando início à celebração.
Próximo ao altar três banners reproduziam a palavra paz em línguas diferentes: Salam para representar a religião mulçumana, Shalon para representar a religião judaica e Paz para representar a religião cristã. No meio dos banners, o tema da oração: "Em nome de Deus, juntos pela paz: cristãos, judeus e muçulmanos".
Após uma breve apresentação de cada representante, o cardeal metropolitano da arquidiocese de São Paulo, dom Odilo Pedro Scherer acolheu os líderes presentes e fez um breve pronunciamento sobre as motivações e os objetivos da oração inter-religiosa: ajudar para que o mundo vença o ódio e a violência; nunca usar a religião como desculpa para praticar a violência; e que haja verdadeira paz no Oriente Médio e em todos os cantos da Terra. O cardeal também observou que quando um grupo religioso está sendo perseguido, tem seus direitos humanos e civis violados.
A cantora Rosalva e três monges beneditinos cantaram juntos em diferentes idiomas pedindo a paz. Toda a celebração foi permeada do sentido da unidade e paz, tanto através de seus cantos quanto das orações e reflexões proferidas por cada representante das religiões ali presentes.
Estavam presentes os representantes da religião mulçumana, judaica e cristã. Entre os cristãos estavam presentes os da Igreja Episcopal Anglicana do Brasil, Igreja Presbiteriana Unida, Igreja Ortodoxa de Antioquia, Igreja Evangélica da Confissão Luterana e outras não identificadas.
A invocação dos rabinos foi comovente: "que os cristãos nunca mais sejam perseguidos por serem cristãos; Que os judeus nunca mais sejam perseguidos por serem judeus; que muçulmanos nunca mais sejam perseguidos por serem muçulmanos".
Ao término das orações e reflexões feitas pelos líderes religiosos, houve uma caminhada silenciosa da Catedral da Sé ao Pátio do Colégio, onde judeus, muçulmanos e cristãos na pessoa de seus líderes assinaram uma declaração de paz.
O pátio foi escolhido por ser o ponto inicial da cidade de São Paulo. E como marco do Dia da Independência do Brasil foi cantado o Hino Nacional brasileiro.
Enquanto os líderes assinavam o documento, os presentes acenderam as velas que tinham recebidos no início da celebração na Igreja. No mesmo tempo foram distribuídas rosas, como símbolo de amor.
A celebração terminou com uma saudação de paz feita entre todos os presentes que deram um testemunho de unidade e paz em um mundo marcado pela indiferença. Que o nobre gesto de unidade em favor da paz no Oriente Médio seja semente de paz no coração de cada um que participou da celebração, a fim de que todos se tornem semeadores e promotores da paz nos lugares que atuam. Salam, Shalon, Paz!
Fonte: Revista Missões