Missionárias brasileiras no Haiti articulam evangelização e ação social

Jaime C. Patias

Desde 2010 quando o Haiti foi devastado por um terremoto, a Conferência Nacional dos Bispos de Brasil (CNBB), a Conferência dos Religiosos do Brasil (CRB) e a Caritas Brasileira estão trabalhando juntas numa série de iniciativas em favor daquele povo. Assim nasceu o projeto Intercongregacional de solidariedade que já enviou 10 missionárias ao país.

Atualmente seis religiosas de seis diferentes congregações formam uma comunidade de vida e missão em Porto Príncipe, a capital. Periodicamente, a Comissão Episcopal para a Ação Missionária e a Cooperação Intereclesial da CNBB envia um representante ao país caribenho para verificar pessoalmente a realização das iniciativas de inclusão social e ajuda à subsistência. Nestes dias, a assessora da Comissão, Irmã Dirce Gomes da Silva, encontra-se em Porto Príncipe para fazer a visita. A religiosa conta que encontrou a população afetada por uma doença conhecida como "chikugunya" que apresenta sintomas parecidos com os da dengue: febres altas, dores nas articulações e manchas pelo corpo.

"Ao chegar a Porto Príncipe encontrei uma epidemia no Haiti", explica Irmã Dirce em uma nota enviada por E-mail. "As missionárias partilham seus medicamentos com o povo que anda se arrastando com a doença".

Projetos

As religiosas brasileiras promovem no Haiti um trabalho missionário permanente, de apoio às pessoas que sofrem, ainda hoje, os efeitos da pobreza a da carência de estruturas, agravadas pelo terremoto.

A metodologia missionária articula evangelização e ação social, e desenvolve, hoje, três projetos: Economia Solidária e Geração de Renda; Projeto de Saúde; e Formação para lidar com traumas e conflitos.

Duas cozinhas comunitárias envolvem cerca de 30 mulheres. Organizadas em grupos de cinco, elas preparam alimentação e vendem a um preço simbólico para a população pobre. Funciona ainda uma cozinha de doces e salgados para geração de renda. Nessa cozinha são beneficiadas outras 30 mulheres organizadas em três grupos. A oficina de corte e costura e bordados haitianos, beneficia mais de 40 mulheres. Já a confecção de bijuterias envolve cerca de 50 jovens e adolescentes, e um galinheiro comunitário gera renda para outras 12 famílias.

Na área da saúde, durante três anos, as irmãs contaram com a assistência de uma enfermeira, mas hoje atendem somente os primeiros socorros e a saúde alternativa.

Três psicólogas, todos os anos, desenvolvem um plano de formação e atendimento personalizado para todos os grupos nos projetos. Cerca de 70 crianças e jovens são beneficiados, bem como a comunidade, com a música, dança e teatro. O objetivo é resgatar e trabalhar a cultura de paz, melhorar a autoestima, reconstruir suas esperanças e projetos.

Fonte: www.pom.org.br

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