Fábio Pereira Feitosa *
Após a realização do Concílio Ecumênico Vaticano II (1962-1965), convocado por João XXIII e continuado por Paulo VI, surgiu no interior da Igreja Católica uma nova compreensão do "Ser Igreja", sendo a mesma uma concepção renovada das exigências apostólicas e em sintonia com a modernidade, a partir da mesma a Igreja foi conduzida a adquirir uma nova postura diante do mundo, deixando assim de ser a Mestra para tornar-se a Serva do Mundo. Ao adotar tal postura, a Igreja, intensificou a Universalização da Justiça Social, desenvolvida por Leão XIII (1878-1903) e apregoada por seus sucessores, como: Pio XI (1922-1939) e sobretudo pelos Papas João XXIII (1958-1963) e Paulo VI (1963-1978).
O Cardeal Giovanni Battista Enrico Antonio Maria Montini foi eleito Papa após a morte de João XXIII (1963). Paulo VI ao assumir a Cátedra de São Pedro prosseguiu com o Aggiornamento iniciado por seu antecessor e deu continuidade aos trabalhos do Concílio Ecumênico Vaticano II.
Entre as Encíclicas Papais de cunho social, destacaremos aqui a Encíclica Populorum Progressio, publicada por Paulo VI em 1967. A mesma foi escrita após o término do Concílio Ecumênico Vaticano II e reflete diretamente algumas de suas diretrizes, como por exemplo: a missão da Igreja de estar a serviço da humanidade para lhe auxiliar em seu pleno desenvolvimento, entendendo que o conceito de desenvolvimento não está apenas relacionado ao crescimento econômico, tendo em vista que o próprio Paulo VI afirma com outras palavras que: o desenvolvimento para ser autêntico deve ser integral e promover a figura humana como um todo, salienta-se aqui, que todos os homens são chamados ao pleno desenvolvimento, o mesmo não pode realizar-se sem o desenvolvimento da humanidade, Populorum Progressio, conclama a cooperação entre os homens e entre os povos, e constitui-se em uma ferrenha critica ao neocolonialismo e ao agravamento do desequilíbrio entre os países ricos e os países pobres.
Chegamos, portanto à seguinte conclusão: a encíclica Populorum Progressio, publicada por Paulo VI em 1967, personifica o pensamento católico oficial do período Pós-Conciliar, a mesma ressalta e intensifica a Missão Social da Igreja e a sua função de estar a serviço da humanidade para lhe auxiliar em seu pleno desenvolvimento, além de ser uma importante denúncia das estruturas desumanas e geradoras de injustiças.
* Fábio Pereira Feitosa é estudante de História na Universidade Federal do Rio Grande do Norte.
Fonte: Fábio Pereira Feitosa / Revista Missões