33º Encontro do COMIRE SUL-1

Victor Mbesi Wafula

Na cidade de Catanduva, interior de São Paulo, no colégio Ressurreição, de 23 a 25 de agosto realizou-se o 33º Encontro Missionário Estadual do COMIRE SUL-1 CNBB com o seguinte tema, "Paróquia Missionária e seus desafios urbanos à luz do Concílio Vaticano II no Ano da Fé", com o objetivo de repensar a prática missionária a partir de nossas Paróquias e Comunidades.

Dom Otacílio Luziano da Silva, bispo diocesano de Catanduva, acolheu os participantes e oficialmente deu início ao encontro. Comentando o tema, o bispo destacou: "O missionário não deve ter como referência a sua pastoral, movimento, paróquia, mas deve ter uma visão ampla, aberta a todos, em especial os que estão longe da Igreja", disse. "O Documento de Aparecida diz que devemos estar em estado permanente de missão, não mais em estado temporário. Nunca devemos parar. Uma das realidades atuais é a crise de fé, por isso o Ano da Fé foi instituído por Bento XVI. Devemos superar uma visão fragmentada da Igreja para termos um olhar orgânico dela", completou o bispo.

Nas suas palavras introdutórias, o assessor padre Gelson Luiz Mikuszka, redentorista, se apresentou e fez a abertura do tema proposto para o encontro. "Pretendo fazer um lembrete da nossa fé. Não existe missão sem a fé. Para o pleno exercício da missão, é necessário conhecer e viver a fé, através da formação e da ação", disse.

Padre Gelson aproveitou a ocasião e apresentou uma rápida recapitulação do encontro de 2012, realizado em Jundiaí, baseado na avaliação feita pelos participantes daquele encontro: "quem é Jesus, o que ele fez, qual a sua missão? É preciso conhecer Jesus para apresentar Jesus a quem não o conhece", completou. Foram essas palavras que foram ressoando ao longo de todo encontro, pois só realizamos a missão a partir do conhecimento que temos da pessoa de Jesus. É importante que os cristãos tenham a formação adequada para enfrentarem os desafios que vêm com o modernismo e o secularismo, onde Deus é simplesmente algo a mais na agenda do ser humano.

Na sua abordagem do tema, o assessor fez uma articulação límpida da importância da fé cristã na vivência da nossa resposta a Deus. A sua linha de raciocínio e de conjunto foi precisamente a paróquia e suas diversas estruturas na realização da missão de Jesus que é a salvação da humanidade. No entanto, a preocupação de fazer missão deve sempre levar um elemento comunitário, pois Deus não quer salvar um homem nem uma mulher, mas sim o povo, a comunidade. A comunidade cristã é um lugar privilegiado de viver a missão.

A Igreja é organizada de tal forma que é hierárquica. O poder confiado a alguns membros não deve ser causa de orgulho, mas sim, existe para servir. Se os que exercem esse poder simbólico agirem por si mesmos, deixam de lado a missão e o bem comum se transforma em um bem individual. As paróquias são comunidades de vivência da fé. É importante que todos nós tomemos consciência do nosso lugar na ação pastoral da Igreja. Todos nós somos chamados a responder a uma proposta de Deus. Quando colaboramos de formas diversas na ação pastoral da Igreja, aí acontece a evangelização, pois nós nos deixamos levar por Deus, e Ele nos leva onde quer que estejamos. A Igreja como uma instituição é feita de estruturas e membros que servem a missão.

"Os documentos de Medellín, Puebla, Aparecida e o Documento 104 da CNBB dizem que a saída para a paróquia é ser comunidade de comunidades", disse o padre Gelson. O valor devido deve ser dado às Comunidades Eclesiais de Base (CEBs) que constituem uma paróquia missionária. Elas nos recordam que a Igreja não é uma realidade pronta, mas em processo.

No mundo do secularismo, temos apelo de salvaguardar a fé. A nossa docilidade ao Espírito Santo deve levar o mundo a crer em Deus. O catolicismo precisa transmitir o cristianismo que interessa à vida do ser humano.

No domingo, 25, foi celebrada a missa de Envio presidida por padre Pedro Facci do PIME, e foram realizadas visitas às famílias ao redor da paróquia. Nem todas eram católicas, algumas evangélicas e de outras denominações.

A equipe do COMIDI de Catanduva entregou a Imagem peregrina de Nossa Senhora Aparecida ao COMIDI de Campinas, onde acontecerá o 34º Encontro Missionário Estadual no próximo ano.

Fonte: Victor Mbesi Wafula / Revista Missões

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