Maria Regina Canhos *
Quando um amor se vai deixa um pouco de si, leva um pouco de nós. Às vezes, nem a gente compreende porque acabou, mas arrisca dizer que foi pela falta de cuidado. Quem ama deve tomar conta do ser amado sob pena de ver seu amor ruir com o passar dos anos. É doloroso constatar o fim de um grande amor. Amor que não foi respeitado, não foi valorizado, não foi cuidado. É muito triste ver que grandes amores por vezes perduram apenas nos filmes românticos, porque ali os amantes vivem um para o outro, enquanto que na vida real vivem cada qual para si. O amor é exigente. Exige atenção, carinho, exclusividade. Não me venham dizer que sobrevive de migalhas, porque isso não é amor; é o prêmio de consolação daqueles que sabem não ser amados, mas têm medo de perder o pouco que lhes resta tomando uma atitude.
Conheci um grande amor. Daqueles de cinema. Onde um vivia para o outro e se preocupava em agradar e fazer bem ao par. Coisa linda de se ver e viver. Situação de causar inveja para qualquer um que quisesse experimentar uma grande paixão. Quem visse teria a impressão de que nunca iria acabar tão grande era. Mas, acabou! Não suportou o peso dos anos em que a acomodação e o descaso foram dando espaço para a insatisfação e a carência afetiva. Quem ama deve cuidar para não ficar sozinho. Não há amor que suporte a indiferença, a humilhação, a falta de carinho e atenção.
A gente se acostuma a pensar que o outro é nosso. Acha que porque assinou um papel ou jurou um amor diante de Deus nada mais precisa ser feito. Que grande erro! O descrito em I Coríntios, 13 diz respeito ao amor divino não ao humano. Ninguém tolera diuturnamente ser espezinhado, ignorado, maltratado, agredido física ou verbalmente. Esse "tudo espera tudo suporta" mencionado no texto bíblico, faz referência à paciência sobre-humana, característica da divindade. Não há como exigir dos indivíduos comportamento divino, já que somos cercados de limitações, carências e mazelas pessoais.
Para viver um amor duradouro é preciso investimento constante. Abasteça regularmente seu estoque de atenção, gentileza, preocupação com o bem estar do outro, companheirismo, sedução, carinho, educação e bom senso.
Regue tudo isso com uma dose constante de bom humor, pois rir ainda é o melhor remédio diante de muitos males. Manifeste o seu amor com palavras e gestos. Declare-se, abrace, beije, caminhe de mãos dadas. Não espere que seu par suponha que você o ama; demonstre isso concretamente. A maior evidencia do amor ainda está no olhar brilhante, no sorriso de empolgação, no entusiasmo do encontro. Amar faz bem para a alma e para o coração. Traduzir esse amor com nossas atitudes é fundamental para o sucesso da relação a dois. Cuide sempre, para que seu amor não se vá! Sugestão de leitura: Para ser feliz no amor - Editora Paulus.
* Maria Regina Canhos (e.mail: contato@mariaregina.com.br) é escritora.
Fonte: www.mariaregina.com.br