A onda de violência

Maria Regina Canhos *

Preocupa-me a forma como as pessoas estão optando por resolver seus conflitos. Vivenciamos um período de violência generalizada, gratuita. O ser humano padece com a falta de compaixão ao próximo. Pessoas trabalham
para ganhar o pão de cada dia e se não dispõem de dinheiro para alimentar os criminosos, esses parasitas sociais, são incendiadas, violentadas, mortas sem a menor piedade. Até onde vamos chegar? Quando iremos acordar? Quando vamos perceber que a nossa omissão está fazendo mais e maisvítimas? A sociedade precisa se posicionar urgentemente frente a essa onda de violência.

Aproveitemos o momento de indignação coletiva que o país enfrenta para canalizarmos essa energia de forma positiva e construtiva. Não adianta querer colocar os "bichos" para fora sem qualquer controle, quebrando
tudo, saqueando, aterrorizando... pois assim, o cidadão de bem se confunde com o vândalo, o marginal, o bandido. Tenho acompanhado cenas cotidianas de barbárie, como a do menino boliviano assassinado com um tiro na cabeça no colo de sua mãe na zona leste da capital paulista após já terem entregado todo o dinheiro que havia na casa; ou a do juiz da partida de futebol em Pio XII, no Maranhão, que foi brutalmente esquartejado e
decapitado após ter sido amarrado e espancado em resposta a ato de violência que teve contra jogador que o agrediu em campo. Será que essa é a melhor forma de resolvermos nossos problemas?

Embora pareça que estamos em franco retrocesso moral, acredito que esse é um claro sintoma de depuração. O que é podre está sendo expurgado, mas estamos pagando um preço alto pela nossa omissão e aquiescência com o mal. Nossas famílias estão sendo vitimadas nesse processo de cura coletiva que não tem data certa para acabar. Se todos resolverem mostrar a sua pior face, ficaremos realmente encrencados, além de podermos ser a próxima vítima dessa indigestão coletiva. Mas, o que podemos fazer para melhorar a situação geral?

Pensemos no bem, no amor, na paz. Limpemos a nossa mente de quaisquer pensamentos negativos e do espírito de vingança. Procuremos adotar iniciativas voltadas para o bem do coletivo. Vamos abraçar mais, sorrir
mais, perdoar mais. Deixemos de lado as lamentações e voltemos nosso olhar para as oportunidades de crescimento e trabalho honesto. Nem tudo está perdido, mas pode se perder dependendo da nossa postura diante dos fatos e acontecimentos. Pagar o mal com mal não tem se revelado um bom negócio.

Jesus ensinou que devemos pagar o mal com o bem, e assim ir desconstituindo o ciclo da maldade, gerando em nós uma sensação de bem estar e tranquilidade. Quiçá possamos compreender que a felicidade reside no amor, e que o amor agrega, não destrói. Comece a mudança por você. Não espere do outro. Podemos mudar a cara do mundo!

Maria Regina Canhos (e.mail: contato@mariaregina.com.br) é escritora.

Fonte: Maria Regina Canhos / Revista Missões

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