Joaquim Gonçalves
O lugar da ordenação de dom Elio Rama não podia ser melhor: a igreja da Comunidade de São Marcos, no bairro da Pedra Branca, da paróquia de Nossa Senhora da Penha, situada no extremo norte da grande metrópole de São Paulo aos pés da Serra da Cantareira. A manhã do domingo, 30 de dezembro, foi precedida por uma chuva suave e estava muito acolhedora. O espaço litúrgico, desenhado pelo arquiteto Cláudio Pastro, é exemplar em termos de luminosidade, de ventilação natural, de sonoridade, de visibilidade e sobriedade diversificada. Um espaço liturgicamente bem caracterizado, que teve uma função importantíssima para uma celebração deste gênero.
Às 9h00, depois que o animador da celebração, padre Pietro Plona, pároco de Nossa Senhora da Penha, no Peri, deu as instruções à assembleia e fez a introdução à celebração dando as boas vindas a todos, já os padres concelebrantes - 23 no total - estavam ocupando seus lugares, reservados ao lado do presbitério. Assim, o coral entoou o canto de entrada e começou a procissão do fundo da igreja. O presidente da celebração, dom Odilo, foi precedido pelos acólitos, por monsenhor Elio, ladeado pelos padres Aquileo Fiorentini, seu primo e Luiz Emer, superior dos missionários da Consolata no Brasil e pelos bispos concelebrantes, dom Ricardo Pedro Paglia, emérito de Pinheiro, dom Dirceu Vegini, de Foz do Iguaçu, dom Gilberto Pestana, de Imperatriz, MA, e presidente do Regional Nordeste 5 da CNBB, dom Tomé Ferreira da Silva, de São José do Rio Preto, dom José Egito Soares Filho, de Carolina, MA, dom Giovanni Crippa, bispo auxiliar de Salvador, BA, dom Sérgio de Deus Borges, bispo auxiliar de São Paulo (Região Santana), dom Manuel Parrado Carral, bispo de São Miguel Paulista, dom Servilio Conti, bispo emérito de Boa Vista (RR). Dom Joaquim Justino Carreira, bispo de Guarulhos, não pode comparecer por problemas imprevistos de saúde.
Ao final da celebração, que foi carregada de emoção e simplicidade, a palavra foi dada à família do novo bispo. O irmão de dom Élio, Bruno Rama agradeceu a Deus por ter escolhido o padre Elio e em nome da família lhe desejou uma missão fecunda, prometendo acompanhá-lo através da oração. Depois foi dada a palavra ao vigário-geral da diocese de Pinheiro, padre Geraldo Silva Lima, que falou em nome da diocese, do bispo emérito e do povo e do padre José Wilson Ferreira Pavão, chanceler. Falou da alegria do povo de Pinheiro em poder assistir à celebração através da Rede Vida. A diocese acolhe e abraça dom Elio começando pelos 40 sacerdotes e 24 seminaristas que se preparam para o sacerdócio. Nossa Senhora que acompanhou dom Ricardo durante 33 anos, vai continuar a abençoar a diocese e a pessoa do novo bispo.
O superior dos missionários da Consolata, padre Luiz Emer também fez seu agradecimento e parabenizou dom Elio pela sua coragem em ter aceitado essa missão. O superior agradeceu também a presença de dom Odilo, todos os bispos presentes e todo o povo que veio participar.
Enfim, a palavra foi dada a dom Elio Rama. Depois de agradecer a presença dos bispos, dos sacerdotes, das religiosas, da Rede Vida, fez um agradecimento carregado de emoção aos seus familiares, fazendo referência aos seus próprios pais que fazem parte de seu caminho vocacional desde a infância marcada pela fé, o percurso no seminário nos vários níveis até à ordenação. Sublinhou algumas experiências missionárias desafiadoras, como as vividas em Moçambique por 18 anos, no tempo do conflito político que se seguiu à independência, quando os missionários e as missionárias eram maltratados, ameaçados e despojados. Esse período foi muito importante na sua vida, assim como as tarefas de superior provincial. Regressando ao Brasil enfrentou o desafio de lidar com a formação dos teólogos e, depois de uma breve passagem pela paróquia do Peri com pároco, foi eleito superior Regional de onde saiu para dizer sim à escolha que fizeram - sem mérito seu - como bispo de Pinheiro.
Dom Elio fez um agradecimento muito especial aos missionários da Consolata, ao superior da Região amazônica, padre Sérgio Weber, às irmãs da Consolata. Sublinhou também a importância que teve e vai continuar a ter na sua vida o lema escolhido: "sei em quem acreditei". "Estas palavras têm sido para mim fonte de profunda inspiração, de força e de confiança ao longo de minha vida missionária, desde os primeiros passos de minha vida sacerdotal", afirmou em sua colocação. E continuou dizendo: "minha resposta a este chamado é dado no contexto do Ano da Fé. Com Cristo desejo acompanhar o povo que agora me é confiado e fazer a minha parte para conduzi-lo para fora do deserto, para lugares de vida, de amizade com o Filho de Deus, aquele que dá a vida e vida em plenitude".
A manifestação entusiasta de palmas por parte de toda a assembleia deu o tom do que se passava no coração de cada um dos presentes.
Dom Elio tomará posse em Pinheiro no dia 27 de janeiro de 2013.
Fonte: Joaquim Gonçalves / Revista Missões