Inácio José do Vale *
Decreto Ad Gentes sobre a atividade missionária da Igreja, promulgado em 07 de dezembro de 1965: lembra o dever da Igreja de ser "sacramento universal de salvação", por mandato do seu fundador. Assim como os apóstolos, seguindo o exemplo de Cristo, "pregaram a palavra da verdade e geraram as Igrejas", cabe aos seus sucessores perpetuar essa obra de propagação do Evangelho, adaptando - a às condições atuais. Para tanto, o Concílio deseja "delinear os princípios da atividade missionária", para que o povo de Deus continue a difundir por toda parte o reino de Cristo, preparando o caminho para sua volta (Proêmio). "A atividade missionária tende, assim, para a plenitude escatológica (nº9)."
A principal missão da Igreja é a obra de evangelização. E o fundamento do evangelho é o anúncio de Jesus Cristo crucificado e ressuscitado (1Cor 2, 2; Ef 2, 6; At 2, 23.24). A Igreja só é católica porque ela é por natureza missióloga mundial.
Diante de tantas missões mortíferas e imposições suicidas, a Igreja é a única que oferece gratuitamente a mensagem de vida e vida abundante. Sua missão mundial tem como fundamento a cultura abissal da vida plena.
A Igreja é detentora da mais poderosa palavra de salvação. Proclama a verdade libertadora, a justiça, a verdade e a gloriosa paz.
Os grandes projetos do sistema são lindos, coloridos, doces, atraentes e propagados, no entanto, o veneno é consumido alegremente. A nossa missão com a Igreja é denunciar esse sistema mortal e anunciar o Projeto do Reino de Deus
O sistema é detentor da cultura de morte. Sua missão é ganhar o máximo que puder com as desgraças e as misérias no mundo inteiro.
A máquina do sistema é dominar, escravizar, condicionar e lucrar. Faz da pessoa marionetes, mercadoria e leva ao matadouro. Usa aparentemente a tecnologia e a ciência como bela ferramenta de progresso e de conhecimento dos tempos pós-moderno, no entanto, o objetivo de tantas informações e benefícios é deixar a pessoa virtual, parcial, superficial e infernal.
A Igreja como responsável pela proclamação do Projeto do Reino de Deus é a mais poderosa ferramenta da cultura de vida, propulsora da dignidade da pessoa humana e pregadora da libertação total da humanidade.
Só a Igreja de Cristo têm substâncias, coragem e fortaleza para ir contra do sistema dominante com a sua máquina mortífera. É o Evangelho de Jesus Cristo que tem todo o poder para construção da civilização do amor, da justiça e da paz.
Por obediência do seu fundador, a Igreja é tremendamente missionária. Cada católico batizado é um missionário pelo testemunho, pela catequese, na evangelização, nos investimentos: via os dízimos e ofertas e nas sobras de caridade.
Somos a Igreja de Cristo, arautos da redenção, discípulos e missionários pela salvação das almas. Tudo por amor ao próximo e para maior glória da Santíssima Trindade, somos missionários felizes!
"Os leigos fomentem em si e nos outros o conhecimento e o amor pelas missões, suscitando vocações na própria família, nas associações católicas e nas escolas, oferecendo auxílios de toda Espécie para que o dom da fé, que eles receberam da Igreja, possa ser também oferecido a outros" (Ad Gentes, nº41).
"A Missão renova a Igreja, revigora a sua fé e identidade, dá a ela novo entusiasmo e novas motivações. É doando a fé, que se fortalece! A nova evangelização dos cristãos também encontrará inspiração e apoio no empenho pela Missão universal" (João Paulo II, Carta Encíclica Redemptoris Missio, 2).
* Padre Inácio José do Vale é professor de História da Igreja Instituto Teológico Bento XVI. Sociólogo em Ciência da Religião e pesquisador do CAEEC (Área Pós-Graduação).
Fonte: Inácio José do Vale