"?? hora de assumir posição", afirma Marina Silva

Jaime C. Patias, Cúpula dos Povos na Rio+20

Uma das personalidades mais aguardadas pelos participantes da Cúpula dos Povos, a ambientalista Marina Silva empolgou as cerca de 1.000 pessoas presentes na Plenária 5 do evento, na tarde desta terça-feira, 19. Em sua segunda participação nos debates, a ex-ministra do Meio Ambiente foi uma das convidadas para contar a sua história de lutas na atividade que promovia "Diálogos Intergeracionais", no evento paralelo da Rio+20, que acontece no Aterro do Flamengo. Em mais um discurso cheio de entusiasmo, Marina Silva, que aprendeu os fundamentos da Teologia da Libertação com Leonardo Boff e atuou ao lado do ambientalista Chico Mendes na defesa das florestas, fez duras críticas à conferência mundial das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável (Rio+20). Ela afirmou que as conquistas da Eco-92 estão sendo apagadas pelo fracasso nas negociações para um novo documento mundial de metas ambientais.

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A ex-ministra criticou ainda a atuação do governo brasileiro como País sede da Rio+20. Contudo, mandou um recado não apenas à Presidenta Dilma, representante da situação, mas também à oposição, tanto do Brasil quanto dos demais Estados ricos e emergentes. Não é mais hora de pensar de forma dicotômica, bipolaridade ultrapassada, e sim nos posicionarmos, juntos, por um futuro mais justo e sustentável para todos.

"Aqui é um diálogo intergeracional, um espaço para exercitarmos o que há de mais elevado na ética que é a ética da aliança com aqueles que ainda não nasceram, a ética do cuidado, a ética do respeito, a ética do serviço", destacou a ambientalista. "E dizer para a presidente Dilma, a primeira mulher na presidência da República em 500 anos de história, que ela não perca a oportunidade de fazer a diferença, a diferença que simbolicamente uma mulher pode fazer de se dispor a realizar um processo diferente aqui nessa Rio+20, onde não saímos com propostas genérica, mas com um compromisso sério sobre governança".

Hora de assumir posição
Maria Silva defendeu a criação de um fundo para fazer frente às emergências dos países pobres. "Os países ricos têm que fazer o dever de casa. Nós temos que sair daqui com muito mais, não vamos sair daqui só com o número 20. A sociedade está aqui par dar suporte político para que a Presidente acrescente o ‘mais'. Este é o momento do mais compromisso. Nós não somos oposição, por que o mundo de hoje não precisa dessa dicotomia oposição - situação, que aliás ninguém sabe mais quem é", argumentou.

Para Marina o mundo precisa de um esforço de todos, de quem tem posição. "É hora de assumir posição. Nós que fizemos a luta em defesa da democracia, e do ‘Petróleo é Nosso', agora temos que dizer que as florestas são nossas. Essa é a luta do tempo de vocês", disse aos mais jovens presentes em grande número na Plenária.

A ex-ministra já havia participado no sábado, 16, de um ato organizado pelo Comitê em Defesa das Florestas e Desenvolvimento Sustentável contra o Código Florestal, no mesmo espaço, que contou com a presença de diversas lideranças ambientais e representantes do Legislativo.
Em 2010, a ex-senadora concorreu à Presidência da República pelo Partido Verde (PV) e ficou em terceiro lugar na corrida, com quase 20 milhões de votos.

Fonte: Revista Missões

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