Mário de Carli / Revista Missões
No dia 19 de maio, às 18h00, realizou-se na Paróquia Nossa Senhora da Penha, Jardim Peri, Zona Norte de São Paulo, a ordenação diaconal de Robério Crisóstomo da Silva, missionário da Consolata. Robério é o último dos três filhos e duas filhas de Laércio Crisóstomo da Silva e de Maria Adelina Gonçalves da Silva, nascido na cidade de Jaguarari, sertão da Bahia.
A celebração foi presidida pelo cardeal dom Odilo Pedro Scherer, arcebispo metropolitano de São Paulo. Dom Servílio Conti, bispo emérito de Roraima também esteve presente, além do superior regional, padre Elio Rama, bom número de padres e irmãs missionários da Consolata, seminaristas e irmãs da Casa de Maria. A igreja da Penha estava lotada com muitos cristãos vindos de várias comunidades para viver com intensidade este momento de graça e gratidão.
No ano de 1985 os missionários da Consolata chegaram a Jaguarari, no interior da Bahia. Robério foi um dos primeiros adolescentes que se interessaram por receber a Boa Notícia que estes novos missionários vinham trazer ao povo. Levado pela curiosidade, se surpreendeu com muitas perguntas que não sabia de onde vinham. Aprendeu a olhar a si mesmo e à Igreja de uma forma nova e positiva. À medida que participava das atividades pastorais e vendo o testemunho dos missionários da Consolata sentiu o desejo de "ser como um deles e também, que deveria dar um passo além. E assim eu fiz", afirma Robério.
Passou por acompanhamento e discernimento vocacional em Cascavel, Paraná, onde fez o propedêutico (2003) e a filosofia em Curitiba (2004-2006). No ano de 2007 foi à Argentina onde fez o noviciado e sua profissão religiosa. Fez seus estudos teológicos na Faculdade Dominicana de Teologia em São Paulo. No dia 6 de maio fez sua profissão religiosa de consagração a Deus.
Ao ser perguntado sobre a sua trajetória vocacional afirma que "ao longo de todos esses anos pedi a Deus que me confirmasse a vocação missionária". O noviciado feito na Argentina em 2007 foi a primeira experiência de ter saído do Brasil. "Lá, aprofundei a minha espiritualidade, minha comunhão com Deus e com Jesus Cristo. Vi como o povo argentino vivia a sua fé. Fui percebendo que a importância da vida religiosa no seguimento de Jesus Cristo é estar ao lado do povo. Foi um caminho trilhado pelo Espírito de Deus no meio das crises e dificuldades que eu tinha, mas permanecia fiel à voz de Deus, que todos os dias me chamava". Durante os estudos de teologia via bem melhor sua vocação e aprofundou o carisma do Instituto da Consolata, "que é a evangelização dos povos".
O que significa ser diácono nesta Igreja que se define atualmente "discípula-missionária" num mundo que é adulto e numa Congregação que tem por carisma anunciar as alegrias de Maria aos povos? Na opinião de Robério "é uma vida de sacrifício e de amor dedicada a Cristo. É vida colocada à disposição e a serviço do povo. Ser diácono é ser sinal de Cristo na comunidade. Sinal do Cristo pobre, humilde, casto, obediente ao Pai e serviçal. É estar ao lado do povo, caminhando com ele, ouvindo-o e se comprometendo com seus anseios e desejo de vida mais plena. É ter uma resposta positiva diante dos desafios. Alegria na doação e disposição. Lutar ao lado do povo, sobretudo pobre, para que tenha uma vida digna. A minha maior alegria é anunciar o amor de Deus revelado em Jesus Cristo".
Durante a celebração da ordenação diaconal, dom Odilo manifestou a alegria pela opção que Robério assumiu na vida, "dedicando-a ao Reino de Deus: diácono é missão do anúncio do Evangelho, servir no altar e dedicar a vida à caridade. Alegria de servir os pobres. É vida doada na missão do serviço e do testemunho como Jesus Cristo: sacerdote, profeta e santificador do povo".
Um dos parentes de Robério agradeceu a vida e a opção do neo-diácono, afirmando que "a missão do serviço do diácono é identidade e parte integrante do ser cristão". Robério agradeceu a Deus pelo chamado e a todos que o ajudaram nesta caminhada. Pediu orações a fim de que seu lema: "Concedei que vossos servos anunciem corajosamente vossa palavra", possa ser vivido cada vez mais.
Fonte: www.revistamissoes.org.br