Ubajara Paz de Figueiredo *
Como divina revelação, a Bíblia Sagrada, nos leva a crer em Cristo Jesus, Filho unigênito e missionário que o Pai enviou "por causa de nossa salvação" como proclamamos no CREIO. Ressuscitado dos mortos, Ele apareceu aos Apóstolos, confiou-lhes a missão recebida do Pai mediante o dom do Espírito Santo. "Como o Pai me enviou eu os envio. Soprou sobre e disse-lhes: Recebam o Espírito Santo". (João 20, 21-22). E assim a Igreja continua, ao longo dos séculos, essa missão com a luz, a força e a assistência do Espírito Santo, como claramente atesta o livro Atos dos Apóstolos.
Para alimentar e expandir a consciência missionária dos fiéis, o papa Pio XI, criou o Dia Mundial das Missões, com data fixa no penúltimo domingo de outubro. Assim, em todos os continentes, a Igreja se une com orações, pregações e coleta financeira e arrecada recursos para, com e sob a Sagrada Congregação para a Evangelização dos Povos. manter e propagar a evangelização nos países mais pobres em recursos materiais e humanos.
O que concretamente faz a Igreja com esses recursos?
Custeia a formação de mais missionários e missionários - padres, irmãos e irmãs e leigos e leigas - e os envia a esses países para que lhes anunciem Jesus Cristo graças a essas novas frentes missionárias e consolidem e expandam as existentes, cumprindo mandato de Jesus: "Ide e fazei discípulos meus todos os povos" (Mateus 28, 20). Assim acontece a "plantação da Igreja" nessas novas realidades que, por sua vez, passam a abrir-se à evangelização além e sem fronteiras, a exemplo do que narram os Atos dos Apóstolos sobre a Igreja de Antioquia (11,19-26; 13, 1-4 e ss).
A coleta missionária é herança da prática dos Apóstolos (1 Coríntios 16, 1-2). Ela começa nas missas de sábado e acontece em todas as missas e celebrações dominicais como a grande e indispensável oferta dos cristãos para que a evangelização torne-se de fato universal e surjam inúmeras comunidades igualmente missionárias. Ela é um dos sinais de como cada fiel proclama que crê em Cristo o "único mediador entre Deus e a humanidade" e sem ‘o qual ninguém se salva e vai ao Pai' (cf. 1 Timóteo 2, 5 e João 14, 6).
Com o pouco de muitos, a coleta missionária de 2010 garante à Igreja condições de manter muitas obras e atividades formativas nas regiões de missão aonde as carências chegam a ser gritantes (fome, doenças, mortandades, violências...). Assim ela presta vários serviços, entre outros:
1. Na defesa e promoção da vida em 1095 circunscrições ligadas diretamente à Congregação para a Evangelização dos Povos;
2. Na construção de igrejas, capelas e outros espaços para a pastoral;
3. Na formação de catequistas e vocações religiosas em diversos países do mundo;
4. Na garantia de estudos a 77.715 seminaristas em 837 seminários nos países de missão.
E as doações das crianças e adolescentes?
Elas são frutos dos sacrifícios generosos das crianças e adolescentes da Infância/ Adolescência Missionária que as prepara para serem "os pequenos grandes missionários" no dizer do beato João Paulo II. Em 2010 totalizaram 18 milhões de dólares, com os quais a Igreja, na África, Ásia, Oceania e América, cria e sustenta 2.625 projetos da pastoral da criança, da animação e formação missionária, da educação pré-escolar e escolar, da formação cristã, da defesa e promoção da vida.
Esses dados nos motivem a sermos generosos na coleta do Dia Mundial das Missões. Ela está crescendo, às vezes no ritmo de tartarugas; mas ainda está longe de chegar a R$ 0,50 por cabeça e uma vez ao ano! Imaginem 48 paróquias da Arquidiocese e suas comunidades, centenas e centenas de fiéis vinculados aos movimentos e 500 mil pessoas doando, em média R$ 1,00 para a missão universal e já seriam pelo menos R$ 500.000,00?! Muito mais do que os modestos R$ 60 a 70 mil em cada ano!
* Ubajara Paz de Figueiredo, padre da arquidiocese de Campo Grande, Coordenador do COMIRE Oeste 1. Formador no Seminário Maior Maria da Igreja - Teologia.
Fonte: Comunicação - COMIRE Oeste 1