2012

Maria Regina Canhos Vicentin *

Esta semana, conversei com alguém que me disse ter se divertido muito assustando uma criança que havia lhe perguntado se o mundo realmente iria acabar em 2012. Evidente que censurei tal comportamento, tendo em vista que considero desprezível amedrontar crianças, e pior, apenas para se divertir. A pessoa se justificou contando que fizeram o mesmo com ela no passado, afirmando que o mundo acabaria no ano 2000. Que grande bobagem! E Louise Hay parece continuar tendo razão quando, há muitos anos, escreveu que somos todos "vítimas de vítimas". As estórias se repetem e, talvez, essa mesma criança assustada de hoje, passe a assustar outras mais quando se tornar adulta. É uma pena!

Fico triste também ao ver tantos disseminando notícias trágicas, envolvendo a população num clima de medo e terror. Será que não basta o que vivenciamos no dia a dia: educação de péssima qualidade, saúde precária, violência, miséria e fome? Precisamos de mais tragédias? Povoar a mente das pessoas com pessimismo, medo e desconfiança, só fará aumentar a sensação ruim que já perpassa muitos corações, apreensivos com a chegada do ano vindouro. As pessoas estão com medo porque estão enxergando muita maldade.

Crimes diversos: homicídios, roubos, sequestros, tráfico de drogas, violência generalizada. Parece que o mal está solto, e fazendo inúmeros estragos. A televisão e os jornais estão repletos de casos sangrentos, enquanto que as notícias boas são minguadas. A população se encolhe e fica alarmada diante de tudo o que passou a ver. Muitos dizem que antigamente não era assim. Não se tinha conhecimento de tanta maldade. Parece que o mundo piorou.

Será que o mundo piorou ou nós passamos a ser informados do que não sabíamos? As informações aumentaram e a nossa visão ampliou. Além disso, a bondade também aumentou muito, só que não dá audiência em horário nobre. Não interessa mostrar o lado bom, pois pessoas felizes consomem apenas o necessário. Pessoas infelizes e amedrontadas é que consomem demasiado, e geram os dividendos necessários à sobrevivência do capitalismo.

Hoje enxergamos mais porque a luz é maior. A luz ilumina as trevas, e revela o que estava escondido. Nunca se viu tanto quanto hoje em dia. Onde abunda o pecado superabunda a graça (cf. Rm 5, 20). Hoje, o mal é visível. Sinal de que evoluímos, e já o conseguimos identificar. Antes também existia, mas não conseguíamos vê-lo. Vemos porque está claro; e se está claro é porque o bem aumentou. Nada de pessimismo. Nada de angústia. Abra os olhos e observe ao seu redor. Não tenha medo. Não se acanhe. "Arregace as mangas e mãos à obra". Há muito trabalho a ser feito!

* Maria Regina Canhos Vicentin (e.mail: contato@mariaregina.com.br) é escritora. Acesse e divulgue o site da autora: www.mariaregina.com.br.

 

Fonte: www.mariaregina.com.br

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