O Dia da Mulher

Jaime C. Patias *

Em plena Terça-feira de Carnaval, hoje, dia 8 de março, celebramos o Dia Internacional da Mulher. Na Bíblia, a presença das mulheres é determinante. Hoje elas são personagens importantes nas nossas comunidades e vêm conquistando espaço em todas as atividades da sociedade e da Igreja. O Brasil tem sua primeira mulher presidente e outras nove no primeiro escalão do governo. Em artigo publicado na revista Missões, Edição de Março 2011, a pedagoga Maria das Graças Cordeiro repassa a história para resgatar momentos das mulheres. "Empunhando suas bandeiras de luta, elas perdem e ganham, para definitivamente, vencerem. Elas renascem como parteiras da própria libertação", afirma a pedagoga. Apesar dos avanços, ainda há muito por conquistar em todos os setores da sociedade, inclusive na Igreja.

Na Itália, cansadas das notícias sobre corrupção e degradação moral envolvendo o primeiro-ministro Silvio Berlusconi, no dia 13 de fevereiro de 2011, milhares de mulheres fizeram manifestações em 230 cidades para dizer um "basta" à exploração da imagem feminina como objeto descartável. Entre as diversas organizações, as mulheres religiosas foram representadas pela irmã Eugenia Bonetti, missionária da Consolata, com 24 anos de missão na África e larga experiência de trabalho na Itália, onde conheceu o desespero e a escravidão de tantas mulheres trazidas ao país com a promessa de uma vida confortável, para depois caírem na rede da criminalidade. "Estou aqui para dar voz aos que não têm voz, às novas escravas, vítimas do tráfico de seres humanos para exploração laboral e sexual. Para lançar um apelo forte para garantir o reconhecimento da dignidade e restaurar a verdadeira imagem de mulheres arquitetas de suas próprias vidas e de seu futuro", disse irmã Eugenia, que desde o ano 2000 trabalha em Roma como responsável pelo departamento de "Tráfico de Mulheres e Crianças" da União dos Superiores Maiores da Itália, com centenas de religiosos atuando na área.

É importante dar eco à voz sábia e profética da Vida Consagrada, nas palavras da Irmã Eugênia. Na sua corajosa denúncia, a religiosa sublinhou ainda que "a prostituição do corpo e da imagem das mulheres tornou-se parte integrante de programas de televisão e de notícias, cultura da vida cotidiana proposta para todos, inclusive para as crianças a quem nós pensamos proteger". Ao celebrarmos o Dia da Mulher é nossa missão refletir sobre sua condição, "muitas vezes considerada apenas pela beleza e aparência externa do corpo e não pela riqueza de seus verdadeiros valores como inteligência ou beleza interior, por sua capacidade de acolher, pela intuição, dom e serviço, pela sua genialidade ao transmitir o amor, a paz e a harmonia para nutrir e fazer crescer a vida".

* Jaime C. Patias, imc, é diretor da revista Missões.

Fonte: Revista Missões

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