José Cajuaz Filho *
O ano litúrgico difere do ano civil. Ele se inicia com o Advento e termina com o último domingo do Tempo Comum.
Nesse período, desenrolam-se as ações litúrgicas com o objetivo de levar o cristão a viver os fatos mais importantes da vida de Jesus, caminho, verdade e vida e da dos santos, que viveram os ensinamentos pregados por Jesus quando de sua passagem pela Terra e que nela, por meio da Igreja, continuam sendo pregados.
A Igreja deu início a um novo tempo na Quarta-feira de Cinzas: a Quaresma que perdurará até a Quinta- feira Santa começo do Tríduo Sagrado que atinge seu ápice com a Páscoa da Ressurreição, acontecimento mais importante da vida da Igreja, pois marca a vitória da vida sobre a morte e assinala o prenúncio de nossa ressurreição quando da Parusia.
Na Quaresma, a Igreja convida o cristão a uma reflexão fundamental sobre o destino do homem que saiu, pelo pecado, da ordem e da harmonia e entrou na desordem e na desunião.
É tempo, também, de o cristão se lembrar que a fé é um risco como foi com Abraão, mas que acreditou na palavra de Deus, reiniciando, com essa sua crença, o diálogo de Deus com os homens interrompido pelo pecado de Adão e Eva. Abraão correu o risco, saiu vitorioso e tornou-se o Pai da Fé.
A Igreja insiste em lembrar, nesse período, que Cristo é a água para a sede do cristão e luz para iluminar suas trevas que, muitas vezes, tentam obstruir sua caminhada em busca da Jerusalém Celeste.
O Batismo é a síntese da História da Salvação. Por isso a liturgia desse tempo convida o cristão a renovar e a reavivar as promessas de seu batismo, cerimônia do Sábado Santo, e quer mostrar-lhe que celebrar a Eucaristia é percorrer com Cristo o itinerário da provação que cabe à Igreja e a todos os homens. É correr o risco com a certeza de que a vitória final chegará com nossa Ressurreição.
A Quaresma é tempo de penitência, de conversão e de salvação. Que cada cristão saiba dela tirar seus frutos.
* José Cajuaz Filho é professor em Fortaleza, CE.
Fonte: José Cajuaz Filho