Luiz Marinho *
Seguir Jesus Cristo exige de cada um de nós uma decisão firme, assumir o nosso Batismo pra valer, assim como a Ir. Dorothy Mae Stang assumiu, e foi uma escolha que a levou até as últimas consequências: "o martírio".
Pertencente à Congregação religiosa das Irmãs de Nossa Senhora de Namur, "as religiosas deste instituto se autodefinem como" mulheres cujos corações são grandes como o mundo, que fazem conhecida a bondade de Deus e seu amor pelos pobres por meio de um modo de vida evangélico, pela comunidade e pela oração. Continuando uma forte tradição de educação, assumem sua posição junto aos pobres, especialmente mulheres e crianças, nos lugares mais abandonados.
Cada religiosa desta congregação compromete sua única vida a trabalhar com os outros e outras para criar justiça e paz para todos" (Wikipédia, a enciclopédia livre). Assim, Ir. Dorothy deixando seu país de origem a América do Norte, veio exercer o seu profetismo no Brasil, mais precisamente na Amazônia, na cidade Coroatá- MA, na Região do Xingu, para trabalhar na geração de renda em projetos de reflorestamento de terras degradadas. A abertura da Transamazônica, o incentivo à migração para ocupação de novas fronteiras, ausência de políticas púbicas e o seu abandono desencadeou nesta região disputas que futuramente trariam conseqüências sociais graves. Ir. Dorothy foi para lá com o objetivo de minimizar estes conflitos, ajudar a organizar aquele povo excluído e sem esperança.
Sua missão: trazer alento, buscando na Palavra de Deus luz para um novo agir; e tanto era a sua preocupação que ajudou a fundar a primeira escola de formação de professores na rodovia Transamazônica "Escola Brasil Grande" na cidade de Anapu-PA.
Questionada sobre a sua insistência em permanecer na região e dar prosseguimento à sua ação evangélica pela causa dos mais pobres, declarou: "Não vou fugir, nem abandonar a luta destes trabalhadores. Eles tem o sagrado direito a uma vida digna e a uma terra onde possam produzir sem devastar".
Sem dúvida é um testemunho que contagia e nos anima, uma mártir do nosso tempo que deixa naquele chão a semente da esperança, regada com seu sangue e adubada pela Palavra de Deus nos chamando a atenção de que viver o nosso Batismo é preciso.
Irmã Dorothy foi assassinada no dia 12 de fevereiro de 2005, em Anapu, na terra que ela escolheu para viver e exercer a sua missão.
* Luiz Marinho, Equipe de Comunicação das CEBs, diocese São José dos Campos, SP. Publicado no Informativo das CEBs - Ano VII - Fevereiro de 2011.
Fonte: CEBs, diocese São José dos Campos