Intenção Missionária Janeiro 2011

Júlio César Caldeira *

Janeiro: Para que os cristãos possam alcançar a plena unidade, testemunhando a todo o gênero humano a paternidade universal de Deus.

Nestes 2.000 anos, o cristianismo marcou o mundo ocidental. Mas, infelizmente, também ficou marcado por vários cismas, que nos questionam na vida e prática missionária: como podemos anunciar Jesus Cristo se há divisões entre nós, cristãos e cristãs? Que Cristo estamos anunciando?
Com estes e outros questionamentos, iniciou-se no século XX um movimento que busca a unidade dos cristãos, chamado movimento ecumênico. Segundo um folheto informativo da Casa da Reconciliação (entidade formada por várias igrejas cristãs, unidas em busca do diálogo e da colaboração mútua), o ecumenismo que queremos é: "diálogo que reconhece e respeita a diversidade; valorização de tudo que já une as Igrejas; trabalho conjunto na construção de um mundo melhor; criação de laços de afeto fraterno entre Igrejas; oração em comum a partir da mesma fé; busca sincera de caminhos para curar as feridas da separação; valorização leal de tudo de bom que as diferentes denominações cristãs realizam".
Fundamentado nas palavras de Jesus, expressas em Jo 17, 21: "Que eles sejam um como nós somos um. Que eles estejam em nós, a fim de que o mundo creia que tu me enviaste", somos instigados, como cristãos unidos em Jesus Cristo, a participar do diálogo ecumênico, na busca da unidade entre as igrejas cristãs, entre aqueles que têm fé e seguem os ensinamentos de Jesus Cristo ("fonte da nossa própria identidade") e reconhecendo o amor universal de Deus por cada um de nós, seus filhos e filhas.

Fevereiro: Para que nos territórios de Missão, onde a luta contra as doenças é mais urgente, as comunidades cristãs saibam testemunhar a presença de Cristo ao lado dos que sofrem.

As comunidades cristãs, entre outras coisas, ficaram conhecidas desde as origens do cristianismo, como aquelas que se dedicaram aos serviços de caridade, na assistência física e espiritual aos menos favorecidos e aos enfermos, idosos, órfãos, viúvas e peregrinos. Baseando-se nos ensinamentos do Mestre Jesus, que veio "para que todos tenham vida, e vida em abundância" (Jo 10, 10), seus discípulos e discípulas se empenharam (e ainda se empenham) em assistir às vítimas de doenças, principalmente em áreas isoladas e sem muitos recursos. Um exemplo é a Pastoral da Criança, órgão da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil - CNBB, originada de uma iniciativa de lideranças católicas no ano de 1983, com o objetivo de reduzir a mortalidade infantil no Brasil. Atualmente, mais de 260.000 voluntários acompanham o desenvolvimento de quase 1,6 milhões de crianças de 0 a seis anos e mais de 80 mil gestantes em 42 mil comunidades pobres, de 4.066 municípios, em todos os estados do país, testemunhando a presença de Cristo. Além disso, esta iniciativa está presente em mais 19 países das Américas, África e Ásia. Somada a estas, há milhares de outras iniciativas sendo feitas, bem como muitas a serem implementadas em benefício de povos e nações que sofrem com epidemias e doenças.
Estejamos unidos em oração e dispostos a dar um pouco de nossos recursos, tempo e vida para que outros irmãos e irmãs tenham "vida em abundância" e que o direito à saúde seja efetivo para todas as pessoas, especialmente para os que mais sofrem e menos recursos têm.

* Júlio César Caldeira, imc, missionário na Colômbia.

Publicado na edição Nº01 - Janeiro/Fevereiro 2011 - Revista Missões.

Fonte: Revista Missões

Deixe uma resposta

2 × 2 =