Fátima Missionária
O beato José Allamano considerava que a verdadeira fundadora do Instituto era Nossa Senhora. Sobre a fundação dos Missionários da Consolata, já lá vão 110 anos, ele dizia : "O Instituto pertence a Deus desde o princípio; é d Ele, como um campo é do seu proprietário. Foi Nossa Senhora que o fundou e os inícios vêm de Deus".
São estas palavras que, mais de um século depois, nos guiam no dia-a-dia. "O Allamano tem a profunda convicção, fundada numa profunda experiência vivencial, de que Maria é a inspiradora do nosso sermos missionários da Consolata, "nossa afetuosíssima mãe que nos ama como a pupila dos seus olhos" ", escreve o superior da província portuguesa, num texto sobre "A Consolata e o Allamano".
Foi Maria que "levou o Allamano para sua casa, para o seu santuário e com Ela ele estabeleceu relações como as que intercorrem entre mestre e discípulo, num diálogo profundo de amor, de devoção concreta, de vida", assinala Norberto Louro. Daí considerá-la e propô-la como fundadora, na "certeza de que a obra derivou d Ela através dele que com Ela entrou em sintonia perfeita. Como Maria ele escutou, acolheu e guardou a palavra", sublinha o superior.
O sonho de fundar o Instituto, que já vinha de 1891, só conheceu a concretização quando o cardeal Agostinho Richelmi, seu companheiro de seminário e grande amigo, viria a ser nomeado arcebispo de Turim. Às portas da morte, viria a atribuir a cura inesperada a um milagre de Nossa Senhora da Consolata, servindo-lhe de sinal para que o Instituto fosse fundado, o que aconteceria no ano seguinte.
A motivação da fundação assenta no seu "indomável espírito apostólico". O seu primeiro biográfo, padre Lourenço Sales, defende que as raízes da fundação se encontram na santidade do padre Allamano, como se pode ler na obra "Tudo pelo Evangelho". Foi a sua ânsia missionária que impulsionou, com a bênção do arcebispo, a partida dos primeiros quatro missionários, em 1902, para o Quénia. Outros campos de trabalho missionário foram confiados aos missionários e missionárias. Hoje estão presentes em 24 países de África, Ásia, América e Europa.
Norberto Louro destaca a "metodologia missionária", de visitas às pessoas "nas suas realidades e situações concretas". Deviam ser "diárias, realizadas com espírito de hóspedes e não de patrões. Pequenos com os pequenos". Visitas estas que eram preparadas em comum e o resultado partilhado. Allamano, que nunca esteve nas missões, mantinha uma intensa correspondência com os missionários em África. Recolhidas de viva voz e de algumas notas que deixou, hoje estão disponíveis, para que se possam conhecer, as várias conferências formativas, que dirigia aos domingos aos jovens que preparava para a missão. Podem ser lidas, num livro que resume a sua espiritualidade missionária: "Tudo pelo Evangelho".
Fonte: Fátima Missionária