Paróquia Missionária, um Projeto Possível

Mário de Carli

No Dia da Pátria, 7 de Setembro, a Semana Brasileira da Missão Continental, teve como assessor o padre José Carlos Pereira, CP, sociólogo e teólogo pastoralista, que abordou o tema "Paróquia Missionária, um Projeto Possível". Padre José partiu da afirmação desafiadora do Documento de Aparecida: "se nós queremos que nossas paróquias sejam centros de irradiação missionária em seus próprios territórios, elas devem ser também lugares de formação permanente" (DAp, nº 306, p. 141). No campo da implantação de uma evangelização permanente, "se nos faz necessário descobrir quais são as principais demandas pastorais, e passarmos da teoria à prática, para uma Igreja em estado permanente de missão, tanto quanto possível e com insistência maior, na preparação, formação e no envio dos seus missionários" afirmou padre José Carlos Pereira que é também pároco da Paróquia Nossa Senhora das Dores - Rio de Janeiro. A reflexão ocupou a manhã no feriado nacional do Dia da Pátria e do Lançamento da Campanha sobre o Plebiscito do Limite da Propriedade da Terra.

O olhar do assessor se voltou mais detalhadamente sobre a evangelização paroquial tendo presente as orientações para a implantação de uma evangelização permanente e descobrir as principais demandas pastorais tendo presente a formação de seus agentes na realização da missão. Para isto partiu das quatro exigências da Ação Evangelizadora da Igreja do Brasil: Serviço, Diálogo, Anúncio e Testemunho de Comunhão.

Ao analisar alguns dos desafios pastorais que o mundo lança à Igreja, tais como: o êxodo dos fiéis para as seitas, fenômeno da globalização e a secularização, o pluralismo religioso, a desmotivação dos agentes pastorais, os graves problemas da violência, da pobreza e injustiças (DAp 185), não deixou de falar também dos aspectos da esperança que deve animar todo aquele que se põe em missão.

Diante de todos os desafios pastorais, é preciso resgatar a dimensão missionária de cada batizado, buscando trabalhar de maneira intrínseca a pessoa, a comunidade e a sociedade, num trabalho orgânico que aponte pistas de ação para implementar a missão evangelizadora na realidade paroquial. Para colocar os cristãos na senda da missão, o caminho é uma pastoral de conjunto, a formação dos agentes e o envolvimento com pastorais de cunho social.

A exposição tratou também de temas como: a pastoral da acolhida, que é parte integrante do processo evangelizador; a função do conselho pastoral paroquial; a pastoral da escuta, as pastorais sociais voltadas para os problemas sociais numa linha bíblica socio-transformadora, a pastoral da visitação; a formação de fé e política, o trabalho voluntário; a formação, orientação e conscientização das famílias carentes.

Na parte da tarde aconteceram oficinas de trabalho a fim de analisar a caminhada missionária que cada paróquia está fazendo, suas dificuldades e avanços. Ao concluir os trabalhos da tarde, padre José Carlos sublinhou que este é um caminhar persistente a ser realizado nas bases. "Consiste num projeto que envolve todos os cristãos num caminhar sereno, mas crescente de uma Igreja que se põe em missão, para atingir os de perto e ir além fronteiras. Para isto é fundamental investir na formação de uma consciência missionária nas crianças, nos adolescentes e na juventude", concluiu.

Promovida pela Comissão Episcopal para a Missão Continental da CNBB e o Centro Cultural Missionário - CCM, em Brasília, a Semana reúne entre os dias 5 e 11 de setembro, 56 pessoas dos 17 Regionais da CNBB.

 

Fonte: Revista Missões

Deixe uma resposta

dezoito − três =