Intenção Missionária - Setembro

Júlio César Caldeira *

A fim de que, abrindo o coração ao amor, se dê fim às inúmeras guerras e conflitos que ainda cobrem de sangue o mundo.

Segundo dados da Organização das Nações Unidas - ONU, no ano de 2009, 43,3 milhões de pessoas em todo mundo foram obrigadas a fugir de guerras, perseguições e conflitos. É o maior número dos últimos anos. Por outro lado, somente 251 mil refugiados voltaram às suas casas - o menor número dos últimos anos. Outro dado marcante é que o número de fugas dentro do próprio país por causa de conflitos subiu 4% e os novos pedidos de asilo político aumentaram cerca de um milhão, concentrando-se, principalmente, nas grandes cidades de países industrializados ou em desenvolvimento, como o Brasil.
Ironicamente, estamos vivendo um período de "desamorização", ou seja, usa-se muito a palavra amor, mas de forma tão banalizada que seu real significado foi perdido. Podemos dizer que confundimos amor com a posse de algo ou alguém - por se sentir proprietário do outro, ou pelo puro desejo sexual desordenado; nos fechamos num desordenado amor próprio - individualismo - e não conseguimos construir relações significativas. Em nome do amor à pátria ou a uma determinada fé ou pessoa destruímos vidas, famílias e pessoas. Que mundo é esse?

Abrir o coração ao outro

Não sejamos pessimistas: esta "desamorização" tem remédio! Sabemos que nas relações humanas o outro é, muitas vezes, um desafio que nos faz pensar, mudar de ótica e muitas coisas a nível pessoal e comunitário.
Um exemplo: depois de Jesus ter sido renegado por Pedro, Ele se aproxima e pergunta três vezes (Jo 21): "Tu me amas?" E Pedro, com o coração dolorido, angustiado e do mais profundo de seu ser afirma - e passa a viver o que diz: "Senhor, tu sabes tudo, tu sabes que eu te amo". Se os seres humanos - aqui incluídos Pedro, você e eu - permitirem que o amor de Deus penetre em seus corações, não só se tornarão melhores, mais humanos e contribuirão significativamente para a construção de um mundo melhor. A vida é dom, é uma missão, não uma propriedade. Abramos nosso coração para sermos testemunhas deste amor verdadeiro, que nunca passa!
Cultivemos amizades verdadeiras - a nível pessoal - e sejamos solidários - a nível comunitário - com aqueles que foram expulsos de sua terra, de sua pátria, e que, como nós, buscam ser felizes, apesar das contrariedades da vida.

* Júlio César Caldeira, imc, é seminarista, estudante de teologia na Escola Dominicana
de Teologia - EDT, em São Paulo.

Publicado na edição Nº07 - Setembro 2010 - Revista Missões.

Fonte: Revista Missões

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