A juventude e o ecumenismo nas CEBs

Jaime Carlos Patias, em Porto Velho

O 12º Intereclesial das CEBs reúne aproximadamente três mil pessoas até sábado, (25) em Porto Velho, Rondônia. Ontem, quita-feira, (23) a coletiva de imprensa organizada pela coordenação do evento abordou assuntos como "o Ecumenismo nas CEBs", "Juventude e as CEBs" e "Missão na Amazônia". Os convidados para responder aos jornalistas foram o pastor metodista Cláudio Ribeiro, a assessora das CEBs do Regional Leste 2, Leila Regina e dom Antônio Possamai, bispo emérito de Ji-Paraná - RO.

Falando sobre a relação entre as CEBs e a juventude, Leila Regina explicou que as comunidades são sinais de esperança, mas que muitas vezes falta visibilidade no seu trabalho justamente porque não consegue formar novas lideranças. "O papel das CEBs na juventude é essencial, pois é a comunidade que confere identidade ao jovem. É na minha comunidade que eu me encontro, que eu me formo e me percebo como pessoa. A identidade que é construída na comunidade me liga a valores que levam ao engajamento pastoral e social", observou Leila, que é o mais jovem membro da Equipe ampliada Nacional das CEBs.

Analisando a atuação dos jovens nas CEBs, Leila explicou ainda que eles são "protagonistas quando alicerçados no protagonismo de Cristo que se colocou à frente de seu tempo num desejo de transformação. Esses anseios estão sempre presentes nos jovens hoje. São valores que fazem parte do conceito de juventude". A assessora disse também que "o protagonismo dos jovens nas comunidades não se dá somente nos ministérios, mas na Pastoral da Juventude, nas pastorais sociais e na militância. É importante nos perguntarmos como as comunidades percebem esses jovens e possibilitam o seu trabalho", argumentou.

Leila explicou que para ganhar o respeito no seu trabalho, passou por um processo de participação na comunidade e no regional até o reconhecimento em nível nacional. Por outro lado, "quando falamos de juventude, falamos de conflito justamente porque, o jovem busca a renovação que o próprio Cristo trouxe. Nessa dimensão os jovens precisam fazer o caminho do aprendizado e da escuta", afirmou.

O pastor Cláudio Ribeiro que é do Rio de Janeiro, mas há nove anos atua como professor de teologia na Universidade Metodista em São Bernardo dos Campos - SP, destacou o estilo de missão vivida nas CEBs. "Na minha experiência pastoral no Rio de Janeiro, uma das marcas fundamentais que influenciaram não somente a minha visão de missão, mas a de outros pastores e líderes leigos de diferentes comunidades evangélicas, das igrejas metodista, batista, presbiteriana e pentecostal é que ela precisa ser vista de maneira ampla e ecumênica", argumentou o teólogo. "A missão é de todos, não é só de uma igreja ou de um grupo religioso. Aprendi isso no meio das CEBs na minha cidade, Volta Redonda e depois como pastor em Duque de Caxias e São João do Miriti, na Baixada Fluminense. É uma experiência de vida, não se trata de um mero princípio intelectual ou político. Trata-se de uma conversão, de um carisma, de um chamado", explicou.

Avaliando a trajetória histórica das CEBs Cláudio Ribeiro lembrou que elas "já nasceram ecumênicas. Não só pela participação de diferentes Igrejas ou mesmo religiões diferentes, mas por causa da sua abertura para o mundo, com os olhos voltados para a realidade. O esforço que estamos fazendo aqui para analisar a realidade de exploração que existe no nosso Brasil e no mundo é porque as CEBs estão abertas para o mundo e não é um grupo religioso fechado em si mesmo" Para o pastor, o que une as diferentes igrejas são as mesmas preocupações com essa realidade de probreza e os seus desafios. "Na diferença nos aproximamos de Deus e nos preparamos para a missão", concluiu.

 

Fonte: Revista Missões

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