Dom Odilo Pedro Scherer *
Estamos chegando à conclusão do Ano Paulino, durante o qual comemoramos os 2 mil anos do nascimento do grande apóstolo São Paulo; com muita honra e alegria, temos este grande discípulo, missionário e mártir de Cristo como Patrono de nossa arquidiocese.
Ao longo deste ano, muitas ações foram feitas, quer em âmbito paroquial e regional, quer em nível arquidiocesano, para redescobrir a figura extraordinária de Paulo e sua importância para a Igreja; estudos foram feitos para o renovado apreço dos escritos e testemunhos de Paulo, que edificaram a Igreja ao longo dos séculos; também hoje temos muito a aprender de Paulo!
Foram feitas muitas peregrinações à Catedral da Sé, para encontrar o Senhor Jesus juntamente com o Apóstolo, que tanto se dedicou ao anúncio de Cristo ressuscitado e tudo fez para levar o maior número possível de irmãos a Ele. A imagem de S.Paulo, daqui por diante, permanecerá em lugar de honra na Catedral, para nos lembrar que esta Igreja paulistana quer caminhar com ele e, dele, aprender sempre de novo o Evangelho de Cristo. Mas também foram feitas peregrinações às 6 igrejas que, uma em cada região episcopal, serviram de referência para os encontros com São Paulo ao longo deste ano. Bela iniciativa foi fazer visita da imagem do Apóstolo pelas paróquias e setores de algumas regiões. E, neste jornal da arquidiocese, tivemos cada semana a coluna preciosa do Côn. Celso Pedro, a nos instruir sobre São Paulo e seus escritos.
Tenho a certeza de que tudo isso ajudará nossa arquidiocese a se tornar sempre mais uma "Igreja paulina", que manifesta em sua vida e testemunho na cidade as características mais marcantes do Apóstolo: seu amor incondicional a Jesus Cristo, a fidelidade ao Evangelho de Deus, a coerência e retidão de sua conduta pessoal, "conforme convém em Cristo Jesus", a missionariedade ousada, inteligente e incansável, para anunciar a Boa Nova de Cristo aos povos, seu zelo em ajudar as comunidades cristãs a crescerem na vida cristã, até "alcançarem a estatura de Cristo", sua dedicada preocupação com os pobres. Olhando para São Paulo, lendo e acolhendo a Palavra de Deus que nos transmitiu, nós podemos reconhecer nele a imagem de um verdadeiro e fiel discípulo e missionário de Jesus Cristo.
No dia 24 de junho tivemos mais um momento significativo no Ano Paulino: um concerto coral e sinfônico na Sala São Paulo, oferecido pelo Governo do Estado em homenagem ao Apóstolo no bimilenário do seu nascimento. Nada mais justo pois, de fato, não somente a arquidiocese, mas também o Estado e sua capital emprestaram o nome do Apóstolo. A ocasião destaca o significado cultural de Paulo de Tarso e da Igreja paulistana para a cidade e o Estado. Na mesma ocasião, foi lançado um livro em homenagem a São Paulo.
E no domingo, 28 de junho, na solenidade dos apóstolos Pedro e Paulo, faremos o encerramento solene do Ano Paulino, com a celebração eucarística das 15hs, na Catedral da Sé, contando com a presença das Autoridades municipais e uma representação das paróquias, comunidades e de todas as organizações eclesiais de nossa arquidiocese. Ao mesmo tempo em que agradeceremos a Deus por nos ter dado em São Paulo um exemplo tão insigne de cristão, missionário e mestre na fé, faremos o envio missionário de toda a nossa igreja arquidiocesana: com Paulo, partiremos novamente em missão. Tantas vezes, ele partiu, levando consigo alguns companheiros, como Barnabé, Lucas, Marcos, Timóteo, Silas, Áquila e Priscila... Hoje todos nós somos esses companheiros de missão de Paulo, que não partem mais para a Macedônia, a Acaia, a Ásia Menor mas, diretamente, para os areópagos de nossa imensa cidade de São Paulo. Como recomenda nosso 10º Plano de Pastoral, somos "discípulos e missionários de Cristo na cidade de São Paulo".
No encerramento do Ano Paulino, também queremos deixar na cidade um marco público deste jubileu bimilenário: após o encerramento da Missa na Sé, no dia 28 de junho, será inaugurada uma bela e grande estátua de São Paulo na Praça da Sé. O monumento, custeado por um generoso patrocinador privado (Mapfre Seguros), será um presente da Arquidiocese à cidade, para que a presença visível do Apóstolo no meio da comunidade urbana e desta mesma Igreja, possa ser um sinal de que nós queremos seguir hoje os passos e o exemplo de Paulo, levando a luz, o sal e o fermento do Evangelho para todos os ambientes da convivência social e das realizações culturais, na certeza de que isso é um bem e ajudará nossa cidade a ser melhor.
* Cardeal, arcebispo metropolitano de São Paulo