Ano Catequético Nacional

Orlando Brandes *

Neste ano de 2009 iremos refletir, rezar e realizar muitas obras, iniciativas, decisões no âmbito da catequese. Por quê um ano catequético? Porque precisamos aprofundar nossa fé e crescer no seguimento de Jesus Cristo. Falar em catequese é tocar assuntos vitais, decisivos, urgentes a saber: a fé, o conhecimento religioso, a vida na Igreja, a transformação da realidade.

Através da catequese, as famílias recebem precioso e inestimável auxilio na educação dos filhos, as pessoas adultas descobrem os tesouros da vida cristã, as comunidades se robustecem na missão e na ação transformadora do mundo. A catequese nos ajuda a ser verdadeiramente humanos, civilizados, cristianizados santificados. Sem catequese as pessoas vivem uma fé superficial, mágica, infantil e podem regredir a degraus infra-humanos. Sem catequese, quem deveria ser santo, cai na desumanidade porque estas duas potencialidades estão em nós: santidade ou animalidade.

Se catequizar é aprofundar a fé, os profetas, os santos, os apóstolos, os teólogos foram e são grandes catequistas. Ninguém, porem, ultrapassa Jesus em assunto de catequese. Ele falava o que vivia, encantado e fascinado pelo amor do Pai, sabia tratar as pessoas com a mais fina pedagogia. Ele mesmo prometeu aos catequistas que seus nomes estão escritos no céu. O centro da catequese de Jesus é o Pai e o reino.

Quantos catequistas homens e mulheres são verdadeiros anjos de Deus. São mães e pais que geram novos filhos para Igreja. São forjadores de uma nova sociedade que brota ação catequética. São verdadeiras portas pelas quais as pessoas podem entrar em relação profunda com Deus, autênticos sacerdotes, sacerdotizas e profetas do evangelho, parteiros e parteiras de uma nova sociedade.

Quem ama, ensina. Se a missão de professor e educador já é de elevado quilate, forçosamente a missão de ser catequista é sublime, nobre, transcendente. Catequizar é ajudar as pessoas descobrir que são amadas por Deus, que a vida tem sentido, que a eternidade é o melhor que podemos esperar. É abrir os olhos do coração e da consciência para horizontes mais amplos, para verdades mais profundas, para esperanças que não enganam.

A catequese nos leva a descobrir a onipotência do amor, a invencibilidade do bem, a irrevogabilidade do evangelho, a confiabilidade da Igreja, a eternidade das boas obras, a universalidade da salvação. Um ano catequético quer ser um ano de restauração da fé, da vida cristã, da missão em favor da salvação. Precisamos ver coisas maiores e realizar obras maiores como nos disse Jesus. Eis aí o ano catequético

As gestantes, os portadores de deficiência, os afastados de Deus e das comunidades de fé, os pobres, os que vivem nos centros urbanos e nas selvas amazônicas, os que habitam os confins da terra no além-fronteiras, os que exercem influência na sociedade, são os primeiros a serem contemplados pelo ano catequético. Portanto, haja fôlego, criatividade e coragem. A batalha pela fé nos chama à generosidade, à dádiva, à disponibilidade. "Avante sempre, mesmo que os ventos sejam contrários", dizia a grande catequista Santa Madre Paulina. Assim são nossos gigantes na catequese: Santo Frei Galvão, o bem-aventurado Anchieta, Padre Antonio Vieira, Dom Helder e tantos outros cujos nomes estão no Livro da Vida.

Com o ano catequético esperamos mais homens e pais de família assumindo o ministério de catequista. Feliz a comunidade que tem casais catequistas. Junto com o bispo, os padres são chamados a ser os primeiros animadores da catequese, numa grande aliança com as famílias, a comunidade cristã, as pastorais e movimentos. Catequese, não é uma gaveta, um quintal, um grupo de pessoas, mas, uma obrigação de todos os cristãos. Os cristãos, pela catequese, são "alma do mundo".

*Arcebispo de Londrina-PR

Fonte: CNBB

 

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